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Distância segura salva vidas

Por Júlio César Santos (*) | 29/12/2017 06:45

As mensagens didáticas de trânsito conclamam os motoristas a manterem distância segura do veículo que segue à frente. Ora, mas que distância é essa? De maneira geral, é a distância suficiente para que, em uma emergência, você freie sem atingir o veículo da frente. Mas como calcular isso? É simples. Identifique um ponto fixo na estrada. Espere o veículo que segue à frente passar por ele e conte: trinta e um, trinta e dois e trinta e três. É o tempo para que seu veículo alcance o objeto fixo. Isso equivale a três segundos, mais ou menos. Essa é a distância necessária.

Por quê? Vamos calcular. O tempo médio de reação de um motorista a um imprevisto é de cerca de 1 segundo. Se o veículo estiver trafegando a 90 km/h, ele percorrerá 25 metros até que o motorista reaja, acionando os freios. Depois disso, o veículo deve percorrer mais 40 metros, aproximadamente, considerando o atrito dos pneus e a redução gradativa da velocidade. Assim, serão necessários 65 metros até o veículo parar completamente desde o momento da identificação do problema na pista. Contando os tais três segundos, o motorista terá uma distância de segurança razoável.

Já ouvi mais de uma vez amigos dizerem que são “bons de volante” e reagem mais rapidamente a um imprevisto. Por isso, defendem, não precisam ficar tão longe do veículo que segue à frente. E vão além: temem deixar muita distância do veículo que segue à frente e serem ultrapassados pelos veículos que seguem atrás. Pode acontecer, mesmo. Especialmente se os motoristas que estiverem seguindo seu veículo forem irresponsáveis e imprevidentes. Deixe que passem. Melhor do que se envolver em um acidente.

E vai aí uma dica adicional. Se o motorista que estiver seguindo o seu veículo ficar próximo demais, aumente a distância do veículo que segue à frente porque, em caso de emergência, você terá tempo de frear sem ser atingido pelo veículo que o segue. Um jeito prático de avisar o apressadinho que vem atrás é tocar no freio ligeiramente, para que a luz de freio do seu veículo alerte o motorista que vem atrás.

Ainda não inventaram vacina contra acidentes de trânsito. Ninguém está imune a se envolver em um deles. Por isso, a melhor atitude é a da prevenção com bom senso. Ignorar essa regra básica da direção segura é correr riscos desnecessários. Pior, é impor riscos aos outros. Porque se você acha que é invulnerável, vai acabar provocando algum acidente. E dependendo da sua arrogância ao volante, corre o risco de ferir (e até matar) uma ou mais pessoas.

As campanhas de conscientização dos motoristas têm contribuído decisivamente para reduzir as quantidades de acidentes provocados por colisões traseiras. Mesmo assim, a colisão traseira é a segunda maior modalidade de acidentes na BR-163/MS, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, PRF. No período compreendido entre janeiro e outubro de 2015 aconteceram 266 acidentes desse tipo. Em 2016, no mesmo período, foram 175 acidentes provocados por colisão traseira. Neste ano, no mesmo período, foram 116 acidentes com essa causa.

A princípio, ninguém ingressa em uma rodovia querendo se envolver um acidente. Entretanto, a postura do motorista ao volante é determinante para que as probabilidades de ocorrência de acidente aumentem na mesma proporção em que a imperícia e a imprudência comandarem a viagem. Más condições do veículo contribuem decisivamente nessa equação. Mas esse é assunto para outro artigo.

(*) Júlio César Santos é Tecnólogo em Logística, coordenador do Centro de Controle Operacional da CCR MSVia e responsável pelo Disque 0800 da empresa.

 

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