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Independência financeira gera liberdade para mulheres

Larissa Brioso (*) | 10/03/2021 07:25

Dinheiro talvez não compre felicidade. Porém, o modo como lidamos com o dinheiro afeta diretamente nossa qualidade de vida e autoestima. De acordo com uma pesquisa da Bankrate, empresa estadunidense de finanças pessoais, 48% dos adultos do país perdem o sono por problemas financeiros - isso antes dos efeitos colaterais da pandemia na área econômica.

Quando olhamos para esse cenário fazendo o recorte de gênero, a educação financeira se torna ainda mais importante para as mulheres. Grande parte da população feminina ainda depende financeiramente do parceiro ou não é a pessoa responsável por tomar as decisões de orçamento da casa. Essas condições colocam a mulher num lugar de vulnerabilidade e pode até ser o motivador para que ela não saia de uma relação onde não é mais feliz.

A diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil é outro tema que merece destaque quando pensamos em finanças pessoais. Historicamente, no Brasil, homens ganham mais que mulheres. Um estudo de 2019 demonstrou que os homens com ensino superior ganhavam em média 47,24% a mais do que as mulheres, com homens ganhando em média R$ 3.946 e as mulheres R$ 2.680. Os dados são da Quero Bolsa, plataforma de bolsas e vagas para o ensino superior, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), feitos para a Agência Brasil.

Conhecimento é poder. Então, para uma vida com liberdade de escolha, a ferramenta chave é o estudo sobre finanças pessoais. É preciso enxergar o dinheiro como um aliado para aprender a utilizá-lo a nosso favor.

Para começar a se organizar, se você possui dívidas, o recomendado é que planeje-se para pagá-las o quanto antes. Dentre as principais dicas para realizar isso estão: fazer um melhor controle financeiro, economizar e claro, renegociar suas dívidas. Quando falamos de economizar, definir prioridades e um teto de gastos, montar um planejamento financeiro, fazer um consumo consciente e manter o controle da entrada e saída de gastos, são meios eficazes para iniciar uma poupança. Mas, se você já tem uma vida financeira mais equilibrada, definir boas metas financeiras, montar uma reserva de emergência e começar a investir pensando no futuro é fundamental.

As dicas básicas para organizar o orçamento são: conhecer sua renda líquida, já descontada de tributo, impostos e taxas; entender quais são os gastos fixos e variáveis; estipular uma meta de poupança e um teto de gastos para cada categoria de despesas (essenciais, desejos e investimentos); acompanhar como está gastando seu dinheiro, analisar e mudar o que for preciso para mantê-lo equilibrado, seja reduzindo gastos ou cortando despesas supérfluas.

Apesar das diversas dificuldades de inclusão e igualdade de gênero, hoje é inegável que as mulheres vêm aprendendo cada vez mais sobre gestão financeira e que os homens têm muito o que aprender com elas quando o assunto é investimentos.

Ou seja, além de estarem conquistando cada vez mais espaço na economia do nosso país, representando a maioria nas universidades brasileiras, mesmo sendo minoria no mercado financeiro, as mulheres ainda são as melhores investidoras. Por serem mais conservadoras que os homens e por estarem menos familiarizadas com o mercado financeiro, elas buscam mais informações e, com paciência e olhar crítico, acabam fazendo melhores escolhas. O maior diferencial certamente está na visão de longo prazo, no senso de oportunidade, estudo e cautela que as fazem escolher os melhores ativos financeiros, contornando riscos e minimizando perdas quando necessário.


(*) Larissa Brioso é educadora financeira

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