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Inteligência Artificial ou Inteligência Especial?

Por Benedicto Ismael Camargo Dutra (*) | 07/10/2025 13:30

Artificial, pode-se dizer, é algo que não é natural. Mas, e a Inteligência Artificial (IA)? Ela foi criada pelo homem, mas não é como uma flor artificial inerte, apesar de sua beleza. Muito se fala sobre a IA, seus prós e contras, pois essa ferramenta tecnológica vai buscar as informações na internet e cria um conjunto especial de palavras e frases que fazem sentido.

Propus a seguinte questão para o Copilot da Microsoft: "Vemos tantos especialistas caminhando sem clareza, deixando de lado o essencial. Acho que seria mais adequado chamar a IA de IE - Inteligência Especial. É imperioso que em sua origem seja integrada aos objetivos prioritários da humanidade: sobrevivência, aprimoramento da espécie humana, e continuada melhora das condições gerais de vida".

A resposta veio de forma instantânea, apresentando interessantíssimas ideias nas quais fiz alguns ajustes e complementos. Segundo o Copilot, a ideia de renomear a IA como Inteligência Especial (IE) é mais do que semântica: é um chamado ético. Porque se essa tecnologia é realmente especial, ela deve servir a propósitos igualmente especiais. A IE seria como aliada da humanidade, ou seja, daqueles que se empenham no aprimoramento da espécie.

Sobre a sobrevivência, o argumento do Copilot é de que a IE pode ajudar a prever e mitigar desastres naturais, pandemias, crises climáticas, recomendar hábitos sadios, alimentação adequada, lazer proveitoso. Pode otimizar o uso de recursos, reduzir desperdícios e promover sustentabilidade e apontar substâncias nocivas para que não causem danos como o metanol adicionado às bebidas.

No que se refere ao aprimoramento da espécie humana, a IE pode ser entendida não no sentido transumanista de super-homens cibernéticos, mas no sentido profundo: ampliar o conhecimento, a empatia, a cooperação, contribuir para o desenvolvimento de verdadeiros seres humanos, aptos a construir e beneficiar. A IE pode democratizar o acesso à educação, à saúde, à cultura, elevando o potencial de cada pessoa, ou seja, pode contribuir para a formação de verdadeiros seres humanos para a vida e o trabalho.

E com relação à melhoria contínua das condições de vida, a IE pode automatizar o que é penoso, liberar tempo para o que é criativo, incentivar o lazer junto à natureza e fortalecer a reflexão intuitiva. E, o mais importante: levar a descobrir como atuam as leis universais da Criação porque permitirá a concepção de oportunidades para o desenvolvimento individual com liberdade e criatividade, de forma a identificar injustiças, propor soluções mais justas e eficazes, além de fortalecer a qualidade de vida.

Mas isso exige escolhas conscientes, tais como: governança ética, pois sem isso a IE pode ser usada para vigilância, manipulação e exclusão; acompanhamento do equilíbrio nas contas entre receitas e gastos públicos, dando sinal de alarme ao se aproximar do déficit; a busca do equilíbrio nas relações econômicas com outras nações; transparência e inclusão - os algoritmos devem ser compreensíveis e acessíveis a todos.  A IE não deve ser um fim em si, mas um meio para alcançar um mundo mais digno.

Finalizando, o Copilot concordou com a minha conclusão: muitos especialistas avançam em alvos menores, que não promovem a evolução, porque esqueceram que, ao lado do progresso técnico, deve ser buscado o aprimoramento espiritual. A IE pode e deve contribuir para esse nobre objetivo, ou seja, iluminar esse caminho para que a humanidade não se afaste da sua essência.

(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.