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Letras para a cidadania

Por Luiz Gonzaga Bertelli (*) | 01/10/2013 13:46

Apesar dos avanços sociais que permitiram a expansão da rede pública de ensino, a universalização do ensino básico e a queda da taxa de analfabetismo entre jovens e adultos, uma enorme parcela da população ainda não teve condições de frequentar regularmente a escola, seja pela distância, pela necessidade de trabalhar ou pela falta de estímulos.

Oriundas, principalmente, das camadas mais carentes da sociedade, essas pessoas, excluídas do universo dos saberes, encontram dificuldades para buscar uma colocação no mercado de trabalho. O número de analfabetos entre os maiores de 15 anos, em 2011, segundo o IBGE, era de 8,6 milhões de pessoas, um contingente ainda grande, apesar da redução gradual que está em curso – dez anos antes, eram 12,4 milhões de iletrados.

O analfabetismo e a baixa escolaridade são verdadeiros bloqueadores de sonhos. Essas pessoas – que querem produzir e ter uma vida digna, ter um emprego que assegure direitos trabalhistas e salário decente – encontram dificuldades para exercer plenamente a cidadania, pois conseguem compreender um documento ou mesmo fazer uma conta de subtração.

Para atenuar a situação discrepante com a necessidade da nação que precisa voltar a crescer, o CIEE criou o programa de Alfabetização e Suplência Gratuita para Adultos, voltado para aquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola regularmente. Desde o início do programa, em meados de 1997, já passaram mais de 50 mil pessoas pelas salas de aula montadas em empresas parceiras, igrejas, centros comunitários e nas unidades do CIEE. O programa oferece gratuitamente material didático-pedagógico, uniformes, vale-transporte e vale-lanche. As aulas são ministradas por estagiários especialmente capacitados para a função.

Atualmente 24 empresas participam com o CIEE do projeto em polos localizados em São Paulo e interior, em Salvador e Brasília, com um total de 100 salas para as aulas. O curso traz situações curiosas como o número crescente de estrangeiros, vindos principalmente de países da África e da América Latina, que procuram o CIEE para aprender a língua portuguesa e a cultura do nosso país.

Como disse o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, recentemente, “a alfabetização é fundamental para a construção de um mundo inclusivo, sustentável e em paz”.

(*) Luiz Gonzaga Bertelli é presidente Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.

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