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Masoquistas ou virtuosos: como parar?

Por Valfrido M. Chaves (*) | 09/09/2011 06:03

É de se admirar que haja ainda quem tenha ânimo para emitir razões e opiniões; que haja quem as publiquem e haja ainda quem as leia. Sim, pois parece que tudo que havia para ser escrito e dito, já o foi; tudo que poderia ser lido, ouvido ou considerado de há muito já o foi e, da mesma forma, páginas pacientes já o publicaram.

Há uma sensação de cansaço, de impotência diante do que nos atordoa e persiste, dia após dia e que se passa à sombra do poder estatal, resultando o mau exemplo, o aumento do “custo Brasil”, a diluição dos recursos públicos e a concentração de renda para os antigos e novos “senhores feudais” do aparelho estatal brasileiro.

Senhores feudais, sim, pois se no capitalismo primeiro se tem a riqueza para depois chegar ao poder, no mundo feudal, primeiro se tinha o poder para, depois, através da espoliação dos servos e do vil assalto, acumular riquezas. Antes, assaltavam se os “burgos”, vilas, viajantes, cobravam se taxas nas pinguelas e pontes.

Hoje, é público e legal o financiamento das campanhas eleitorais dos futuros Ministros (burgueses e populares), pelas empreiteiras que, mais tardes, serão beneficiadas.”Tudo é natural”, como ouvi de um feirante, quando lhe perguntei sobre as moscas que assentavam-se sobre o churrasquinho que oferecia.

Também nossas fronteiras continuam abertas ao tráfico de drogas e armas; nossos juízes, infelizmente os mais corajosos podem ser apontados e notados, continuarão sob custódia, para própria segurança; a Lei das Execuções Penais continuará dando moleza ao bandido, para que este faça das penitenciárias, o escritório administrativo de suas atividades; MST e ONGs chegadas continuarão se fartando com dinheiro público e estrangeiro, para promover impactação ao direito de brasileiros decentes, cujo crime é comprar com lisura, pagar impostos, por a semente no chão, colher, tanger os rebanhos e ensinar aos filhos que seus direitos terminam onde começa o do vizinho.

Membros do MPF continuarão a ignorar que invasão indígena de uma propriedade legítima não é “retomada”, é crime e, dentro da Constituição de 88, nenhum crime poderia servir para fundamentação de direito algum, ou impedir a restituição de posse àqueles que a tiverem violada, independente da etnia do criminoso.

Não bastando, os piores bandidos ficarão apenas sete anos excluídos do convívio social, e os piores psicopatas, se menores de idade, independente de sua psicopatia e barbarismo de seu crime, antes da vítima esfriar, ganharão oportunidade de reincidência, no tolerante, acumpliciado e masoquista convívio social possibilitado por leis condescendentes com o mal.

Mas cá estamos: os escribas, o leitor, a segunda página, o Correio. Como parar, se o brasileiro continua jogando a semente no chão, a criança pulando da cama para ir à escola, o peão para a empresa, o patrão para o Banco, o jornalista, o delegado, o padre, todos para sua faina digna? Diante disso, ouso indagar, face à presença que venceu o vil desânimo: estaremos sendo virtuosos? Masoquistas? Teimosos? Pouco importa, vamos em frente que atrás vem gente!

(*) Valfrido M. Chaves é psicanalista.

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