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Nelsinho: o principal cabo eleitoral de Bernal, por Vander Loubet

Por Vander Loubet | 18/03/2014 17:22

Em artigo publicado hoje, intitulado "Os engenheiros da nau de Bernal", o ex-prefeito de Campo Grande e atual secretário de Estado de Articulação de Desenvolvimento e dos Municípios, Nelson Trad Filho, bem ao feitio das simplificações mundanas, vai em busca de culpados pela eleição e pelo governo de Alcides Bernal. Não é preciso recorrer a conhecimentos muitos profundos em psicologia e psicanálise para saber que a culpa nem sempre é uma boa conselheira, mas sim a autocrítica e a reflexão apurada dos fatos.

A busca de culpados por parte de Nelsinho talvez seja muito mais uma expiação de seus próprios pecados como ex-prefeito do que uma análise aprofundada da nossa realidade.

Alcides Bernal foi eleito com a legitimidade dos 270 mil votos (62%) que recebeu no segundo turno. E isso ocorreu a partir de um grande movimento por mudanças e não por causa de um "estelionato eleitoral", como ousou dizer Nelsinho. Foram seis candidaturas oposicionistas em Campo Grande, mostrando, com propostas concretas, que podíamos mudar a forma de gerir a cidade. Alcides Bernal, Reinaldo Azambuja, Marcelo Bluma, Professor Sydney, Suel Ferranti e eu construímos a chamada pulverização de candidaturas, que permitiu à sociedade ver que havia uma nova forma de governar a cidade, diferente da forma que o PMDB, notadamente Nelsinho, vinha fazendo. Tivemos papel decisivo na eleição de Bernal e de Gilmar Olarte. Além disso, merece menção a ótima performance eleitoral de Reinaldo Azambuja.

Nesse sentido, não me sinto culpado. Muito pelo contrário: acredito ser responsável, assim como os demais, pelos importantes e já tardios ventos de mudanças que chegaram na Capital e que haverão de se estender para todo o Mato Grosso do Sul nas eleições deste ano.

Mas o maior cabo eleitoral de Bernal sem dúvida foi o próprio ex-prefeito Nelson Trad Filho.

Isso porque a população de Campo Grande, por gostar muito da sua cidade, estava cansada de ver um governo que se pautava por privilegiar núcleos políticos familiares e que, apesar das grandes obras (aliás, todas financiadas pelo governo federal, sobretudo pelo PAC), tínhamos aqui a segunda passagem de ônibus mais cara e uma das cobranças de IPTU mais exorbitantes do país.

A forma de administrar de Nelson Trad Filho em Campo Grande foi questionada e reprovada pela sociedade quando Alcides Bernal foi eleito. Isso porque a sociedade queria (e quer) mudanças.

Portanto, diferentemente do que diz o ex-prefeito em seu artigo ("... confesso a vocês: muitas vezes tinha vontade de entrar nos programas eleitorais do rádio e da televisão e avisar, a quanto mais gente pudesse, que tudo aquilo que era prometido e afirmado não passava de mentira fantasiosa"), as propostas trazidas pela oposição eram totalmente concretas e encontravam apoio na maioria da população. Tanto é verdade que a mesma Câmara Municipal que cassou Alcides Bernal foi a Câmara que aprovou o congelamento do IPTU e a redução do preço das passagens de ônibus. Tudo com amplo apoio da sociedade.

Para finalizar, vale acrescentar que, nas entrelinhas do referido artigo, Nelsinho Trad acredita que a Prefeitura de Campo Grande, sob o comando de Gilmar Olarte, vai se constituir no feudo familiar e político que o foi quando era prefeito. O novo prefeito, tanto quanto Bernal, foi eleito pelo movimento de mudanças e já tem dado sinais de que, ao contrário do que gostaria Nelsinho, deve fazer um governo de coalizão e de diálogo com a classe política e com toda a sociedade.

(*) Vander Loubet é deputado federal pelo PT e coordenador da bancada de MS no Congresso Nacional.

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