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Professor, salvador da nossa cidadania e democracia

Por Felipe Zampieri Teruia (*) | 10/03/2015 13:20

A busca em resgatar um pouco da cidadania na escola de hoje, trazendo as riquezas morais, éticas e humanas para o cotidiano do ensino atual, me fizeram escrever esse artigo. Procuro questionar o aprendizado destes conceitos na escola e fazer uma comparação com a Educação Física, onde é possível se aplicar uma forma de ensino baseada nestas filosofias. A Educação faz parte de uma plataforma constante na vida em sociedade, seja por questões da política de organização e operacionalização, seja pelo desenvolvimento das questões relacionadas ao ensino e aprendizagem. Contudo antes de mergulhar nesse paraíso chamado educação precisamos falar um pouco sobre a valorização do professor.

A falta de valorização do professor é um fato muito comum em nossa sociedade. Por dezenas de relatos, inclusive da minha mãe que é professora aposentada, onde a função do profissional fica distante do programado, uma vez que as demandas estudantis que chegam as salas de aulas deveriam ser trabalhadas pela família e pela sociedade no contexto geral. Muito se precisa evoluir para uma melhor educação exemplo na melhora de seu ambiente de trabalho, na delimitação das horas de atividades e no poder aquisitivo de seus proventos. Com a precariedade que encontramos em algumas escolas públicas reflete diretamente na qualidade do ensino e aprendizagem e também no mercado de trabalho.

O professor é FUNDAMENTAL no contexto educacional. Precisamos tratar os professores como eles realmente merecem serem reconhecidos pela sociedade, como profissionais da educação. A necessidade urgente de investimentos na qualificação profissional, através de cursos de atualização dos docentes. A melhora dos salários e condições de trabalho, inclusive ter um sistema de seguridade claro e, não só carregar a responsabilidade de instruir e educar. Por fim, maiores comprometimentos com a educação de todos os envolvidos no processo sem dúvida podem construir uma nação forte. Permita-me, parafrasear Evaristo Ferreira da Veiga em o “Abolocionista”-Joaquim Nabuco” Uma pátria respeitada, não tanto pela grandeza do seu território, com pela união de seus filhos, não tanto pelas leis escritas, com pela convicção da honestidade e justiça do seu governo; não tanto pelas instituições deste ou daquele molde, como pela prova real de que essas instituições favorecem, ou, quando menos, não contrariam a liberdade e desenvolvimento da nação.

Para se viver em sociedade, necessitamos ter ética e viver em uma democracia? E onde buscamos essas informações, para colocar em prática, estes conhecimentos? Nas universidades ou nas escolas, onde somos postos a prova, na convivência com outros alunos, tão semelhantes a nós, obviamente completamente diferentes em suas individualidades. E para ser cidadão ético e democrata devemos esmerar cada vez mais na prática da sociabilidade usando sempre o seu direito e respeitando o do outro sem esperteza, porém, inteligentemente. O espaço onde mais se esta aberto a este aprendizado são nas aulas de educação física, por proporcionarem aos alunos maior integração ao convívio social, aprendendo a viver em igualdade.

Parâmetros Curriculares Nacionais, na busca de realizar uma educação comprometida com a cidadania, elegeram, com base em textos constitucionais, princípios pelos quais podem ser orientada a educação escolar, e que estão descritos abaixo :

Dignidade da pessoa humana, que implica no respeito aos direitos humanos, repúdio à discriminação de qualquer tipo, acessa a condições de uma vida digna, respeito mútuo nas relações interpessoais, públicas e privadas.

Igualdade de direitos que refere-se à necessidade de garantir que todos tenham a mesma dignidade e possibilidade de exercício da cidadania. Para tanto há que se considerar o princípio da eqüidade, isto é, que existam diferenças (éticas, culturais, regionais, de gênero, etárias, religiosas, etc.) e desigualdades (socio-econômicas) que necessitam ser levadas em conta para que a igualdade seja efetivamente alcançada.

Participação, que como princípio democrático, traz a noção de cidadania ativa, isto é, da complementaridade entre a representação política tradicional e a participação popular no espaço público, compreendendo que não se trata de uma sociedade homogênea e sim marcada por diferenças de classe, étnicas, religiosas, etc.

Co-responsabilidade pela vida social, que implica em partilhar com os poderes públicos e diferentes grupos sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos destinos da vida coletiva.

Todavia, são estes pontos que o professor precisa para trabalhar o conceito de igualdade e democracia dentro do âmbito escolar. Eu acredito que a figura do professor, tem uma importância tão gigantesca que nem o melhor médico do mundo seria uma pessoa de sucesso se por trás dele não existisse a presença do educador. Professor, esse que necessita do amparo divino, pois a vocação para atuar, precisa "amar coisa" para ser professor, por que milhares de vezes nos deparamos com alguns conceitos de que ser professor - e principalmente de Educação Física - é uma tarefa fácil de se realizar. Mesmo não sendo a mais valorizada das profissões, acredito ser ela a mais importante. O que limita a ação docente é a sociedade da qual fazemos parte, que incansavelmente busca a realização financeira, o status de ser o melhor, Afinal, que pai "médico" vai querer que seu filho seja professor ? Só se
for professor universitário. E mesmo assim precisa de vocação para dar aula em uma universidade.

Portanto como o médico existe para prevenir e curar doenças e sua felicidade é a recuperação de seu paciente, o Educador deve pensar que sua missão é a de ensinar a quem não sabe, ajudar a amadurecer os imaturos a descortinar universos lacrados pela ignorância, e que sua felicidade está em ver o progresso gradual de todos eles, caso contrário, não haveria necessidade de escola, professores e sistema educacional.

(*) Felipe Zampieri Teruia, estudante

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