Governo projeta cenário favorável e descarta nova crise de queimadas
Após devastação em 2024, técnicos avaliam que chuvas recentes e medidas preventivas reduzem riscos
Após um 2024 de devastação recorde por queimadas, especialmente no Pantanal, técnicos do Ministério do Meio Ambiente avaliam que o Brasil não deverá enfrentar uma crise semelhante em 2025. A expectativa mais positiva se baseia em fatores climáticos favoráveis e em iniciativas de prevenção do governo federal. No ano passado, a área destruída pelo fogo atingiu 297.680 km², um aumento de 90% em relação aos 156.448 km² de 2023.
RESUMO
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Governo descarta crise de queimadas como a de 2024. Fatores climáticos, como chuvas recentes no Pantanal e Amazônia, e ações preventivas do governo justificam otimismo. A Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo e investigações da Polícia Federal sobre queimadas de 2024 são destaques. Portaria que declara emergência ambiental em áreas críticas e reinstalação da sala de situação para monitorar Pantanal e Amazônia reforçam ações. Governo busca evitar críticas na COP30, em Belém. Operações da PF entre 2024 e 2025 combatem incêndios criminosos e grilagem no Pantanal.
Conforme noticiado pelo jornal Folha de São Paulo, segundo os especialistas, ao contrário do que ocorreu nos dois últimos anos, quando o país enfrentou secas severas e a curva de focos de incêndio começou ainda em maio, neste ano o cenário é mais regular. Houve registro de chuvas recentes no Pantanal e na Amazônia, o que contribui para reduzir os riscos de incêndio florestal.
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Outro ponto considerado decisivo é a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que estabelece corresponsabilidades no combate às chamas. Além disso, o avanço das investigações da Polícia Federal para identificar os responsáveis pelas queimadas de 2024 é visto pelo governo como fator inibidor de novas ocorrências.
Entre as ações preventivas, o Ministério do Meio Ambiente editou, em fevereiro, uma portaria que declara estado de emergência ambiental em regiões e períodos críticos, facilitando a atuação sob orientação de meteorologistas e analistas climáticos. A sala de situação criada em 2024 para monitorar o Pantanal e a Amazônia também foi reinstalada neste ano, agora com foco em prevenção.
A mobilização ganha ainda mais peso diante da proximidade da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada de 10 a 21 de novembro em Belém (PA). O governo busca evitar críticas semelhantes às do ano passado em relação ao combate às queimadas. O evento, no entanto, já enfrenta questionamentos por causa dos altos preços praticados pela rede hoteleira da capital paraense.
Histórico - Entre 2024 e 2025, a Polícia Federal deflagrou uma série de operações no Pantanal para combater incêndios criminosos e grilagem de terras. A Operação Prometeu, em setembro de 2024, investigou queimadas que devastaram 30 mil hectares em Corumbá, enquanto a Arraial São João, em outubro do mesmo ano, apurou focos que atingiram inclusive o território boliviano.
Em maio de 2025, a Operação Pantanal Terra Nullius desarticulou um esquema de grilagem em áreas da União, com cumprimento de 11 mandados, bloqueio de R$ 3 milhões em bens e investigação de empresários, fazendeiros e servidores da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) por fraudes fundiárias, ambientais e uso de documentos falsos.
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