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Virtudes e perverções brasileiras

Por Valfrido M. Chaves (*) | 01/02/2011 06:25

Não há quem não sinta no lombo o peso do Estado brasileiro. Na grande máquina estatal, raríssimos são os espaços que merecem o respeito da Nação. A máquina é cara e ineficiente quanto aos serviços que prestam ao público.

Há explicações acadêmicas, sociológicas, talvez até sobrenaturais para o fenômeno. Como não há nada que não possa ficar pior do que já é, seria fácil apontar as ladeiras onde, clara e dolorosamente, se vê o diabo empurrando nosso destino para baixo. Seria algo genético, uma condenação inexorável? Não. Querem ver?

Que Nação não se orgulharia da Embrapa ou da Universidade Federal de Viçosa? E do que nosso homem do campo fez aqui em MS quando, em 30 anos, ao passarmos de uma área cultivada de 1,3 milhões de hectares para 2.8 milhões de hectares, conseguimos saltar de uma produção de 9oo mil toneladas de produtos agrícolas, para 7 milhões de toneladas de grãos? Ou seja, leitor, ampliamos a área cultivada em 113%, enquanto aumentamos a produção em 617%!

E isso sem seguro agrícola, sem armazéns, com estradas-atoleiros, impostos e insegurança jurídica face a invasões financiadas ora com recursos públicos, ora externos! Na pecuária, em 30 anos saímos de 9 milhões para 30 milhões de cabeças, com um salto de qualidade ainda mais fantástico.

Por outro lado, não há nada que não possa ficar pior do que já é, sendo fácil apontar as ladeiras onde, clara e dolorosamente, se vê o diabo empurrando nosso destino para baixo. É exatamente onde se vê a mão do Estado brasileiro. Querem ver? Essa Reforma Agrária há dois governos nas mãos do MST e do PT, que não tem um só assentamento em 30 milhões de hectares, onde pudessem ter gravado uma propaganda eleitoral mostrando eficiência naquele espaço de investimento público!

E a insegurança pública? Que foi feito para manter o bandido excluído da sociedade, protegendo, sobretudo, o cidadão comum? Que foi feito para impedir que as penitenciárias se transformassem em pós-graduações do crime? Que leis tiveram a audácia de mudar para, pelos menos, tentar mudar o curso da maldade?

E a grande herança maldita recebida pela Presidente Dilma que é a política indigenista e a irresponsabilidade estatal diante do destino dos pioneiros rurais que o próprio Estado atraiu para povoar e garantir fronteiras?

Quem em MS não sabe que, em nome da preservação de uma cultura indígena fantasiosa, se mantém nossos índios despreparados para enfrentar a vida com dignidade, condenando-os a um assistencialismo vil, tendo ainda como objetivo manter os empregos da pior burocracia do aparelho estatal brasileiro?

Quem não sabe que a “identificação de terras indígenas” é feita para impedir que a União compre áreas para nossos indígenas? Que mentes e ideologia perversas, além de interesses corporativos cristalizados em caríssimos laudos antropológicos, absolutamente desnecessários se o Estado brasileiro simplesmente comprasse terras para nossos índios, estão manipulando a continuidade do “conflito indígena”?

Quem não sabe que o mesmo poderia estar resolvido há décadas, com nossos índios trabalhando, produzindo, buscando com dignidades os benefícios de nossa civilização? Que forças perversas impedem, com tanta eficácia, a resolução de nossa “questão indígena”? Nossa Presidente Dilma, terá lucidez e determinação para contrariar tais perversões, ensejando soluções justas, construtivas, humanas, para índios e não índios? Esperemos que sim, que um anjo diga Amém.

(*) Valfrido M. Chaves é psicanalista, pós-graduado em Política e Estratégias.

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