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Cidades

Associação denúncia falta de bolsa de colostomia e fila para procedimento

Segundo processo, são 540 pacientes nesta condição e muitos deles aguardam cirurgia

Mayara Bueno | 01/02/2019 17:32
Prédio que abriga promotorias do Ministério Público, na Rua da Paz, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis).
Prédio que abriga promotorias do Ministério Público, na Rua da Paz, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis).

A falta de insumos de pacientes ostomizados e demanda reprimida de cirurgias serão apuradas pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que comunicou nesta sexta-feira (dia 1º) a abertura de inquérito civil.

Em 2018, a Associação de Ostomizados de MS alegou problemas no abastecimento dos materiais, como bolsas, placas, pomadas e medicamentos de uso contínuo por pacientes ostomizados - intervenção cirúrgica para fazer no corpo um caminho alternativo para a saída de fezes ou urina, assim como auxiliar na respiração ou na alimentação.

No Estado, são 540 pacientes nesta condição - muitos deles aguardando para fazer o procedimento de reversão, de acordo com os autos do processo. Os materiais necessários para o procedimento são fornecidos pela Secretaria de Saúde do Estado.

A pasta, ainda na gestão do ex-secretário Carlos Coimbra, afirmou que em novembro passado faltou alguns itens a alguns pacientes, mas que o estoque já havia sido regularizado e que o atraso na retirada ocorreu por problema na separação de itens.

A informação sobre a falta de estoque chegou ao MP pela Associação dos Ostomizados e os materiais que o governo estadual fornece são aplicados pela APAE – Centro Especializado em Reabilitação, em Campo Grande.

Ao mesmo tempo em que a Secretaria de Saúde afirmou a regularidade, a APAE encaminhou lista que informou que apenas alguns itens foram repostos. 

“Portanto, a imprescindibilidade de continuidade de investigação, a fim de que seja constatada a regularidade dos materiais para pacientes ostomizados, bem como o tempo médio de espera e a realização de procedimento cirúrgico para reversão de ostomia”.

Em nota, a APAE afirmou que a falta de material é constante, em virtude da "dificuldade que o Estado tem com o processo licitatório que objetiva incluir os novos pacientes ostomizados que ingressam no programa mensalmente". 

A instituição explica que a programação do Estado é feita de forma anual, mas há pacientes novos todos os meses. Desta forma, existe "um deficit". "Segundo o Secretário de Saúde, Geraldo Resende, esse impasse vai ser resolvido ainda neste ano de 2019, com a compra frequente do material e com a célere inclusão desses novos pacientes no processo licitatório. Tais ações visam corrigir, portanto, esse déficit de material".

Secretaria - De acordo com o secretário de Saúde de MS, Geraldo Resende, existe preocupação em relação ao setor, mas que ações para melhorar o setor já estão sendo adotadas. Como exemplo, um recurso que destinou à Apae para compra de equipamentos, capazes de fazer da instituição "referência no tratamento". "Estamos caminhando para construir uma política. 

Também há o projeto de colocar em funcionamento o CER (Centro Especializado em Reabilitação) de Dourados para que o local possa atender não só a cidade, mas também 33 cidades da região.

Sobre o estoque, a superintendente de Atenção à Saúde, Mariana Croda, hoje, que está abastecido para todos os municípios e que a secretaria está fazendo uma “força-tarefa” para resolver questões, como a descentralização da entrega dos insumos necessários e melhoria nos processos de compra.

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