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Cidades

“Cada minuto aqui é uma tortura”, diz namorado na luta por trazer corpo a MS

Ele viajava com a namorada bióloga e está no país vizinho aguardando o translado do corpo dela, que morreu em acidente

Tainá Jara | 18/01/2020 15:32
O casal, Danilo Alencar e Mariana Pires, viajavam pelo Peru quando sofreram o acidente (Foto: Arquivo Pessoal)
O casal, Danilo Alencar e Mariana Pires, viajavam pelo Peru quando sofreram o acidente (Foto: Arquivo Pessoal)

Cada dia a mais de espera é chance para angústia aumentar. A bióloga Mariana Pires, 28 anos, não resistiu aos ferimentos de acidente de ônibus ocorrido no Peru, enquanto viajava, e morreu na última quarta-feira. Mesmo a despedida sendo certa, a família ainda tenta o translado do corpo no país vizinho para o consolo de um adeus digno.

O namorado, Danilo Alencar, 30 anos, foi quem acompanhou a professora de São Gabriel do Oeste durante os últimos dias. Parceiros na vida há mais de cinco anos, eles partiram do Brasil no dia 22 de dezembro de 2019 para começarem a aventura em terra famosa pelos sítios arqueológicos Incas.

No entanto, o acidente ocorrido no dia 6 de janeiro, interrompeu o roteiro. Deste então, o retorno para Mato Grosso do Sul é indefinido. “Do dia do falecimento até agora, cada minuto aqui é uma tortura”, desabafou Danilo.

Danilo também estava no ônibus da linha Lima-Arequipa, da empresa Cruz del Sur, no momento do acidente, mas teve apenas ferimentos leves. O veículo capotou e bateu em minivans estacionadas à beira da rodovia Panamericana Sur, durante a madruga. Naquele dia foram contabilizados, 17 passageiros e 48 feridos.

Casal estava junto há mais de cinco anos e gostava de viajar (Foto: Arquivo pessoal)
Casal estava junto há mais de cinco anos e gostava de viajar (Foto: Arquivo pessoal)

Mariana teve fissura na face, fraturas na clavícula e nas costelas, além de lesões no pulmão, causadas pelo forte impacto no tórax após o choque. Ela ficou dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de hospital em Lima, capital do Peru, mas não resistiu.

O fardo da dor de Danilo foi amenizado com a chegada dos pais da vítima ao País, porém, os trâmites burocráticos para o translado do corpo não põem fim a dor.

“São vários documentos envolvidos. Consultamos a embaixada e nos disseram que o Peru é um país que faz esse trâmite rápido. O que nos prejudicou foi o final de semana. Como aí no Brasil, as repartições públicas aqui não funcionam nos finais de semana. Isso só piorou nossa agonia aqui”, explicou Danilo.

Na melhor das hipóteses, segundo o técnico de segurança do trabalho, o corpo deve chegar a Mato Grosso do Sul na próxima quarta-feira. Mas, isto depende da finalização da burocracia nesta segunda-feira. “Não podemos confirmar nada ainda”, ressaltou.

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