Após 30 dias afastado, suspeito de abuso contra aluna volta a competir no judô
Caso foi registrado no MT e, até o momento, nada formal foi apresentado a Polícia local
Depois de ser suspenso preventivamente por um mês, o professor de judô suspeito de abusar sexualmente de uma aluna, de 15 anos, em Dourados, a 233 quilômetros da Capital, esteve em Campo Grande no último fim de semana para competir. Segundo apurado pela reportagem, e confirmado pela FJMS (Federação de Judô de Mato Grosso do Sul), o atleta foi um dos participantes do Meeting Estadual, disputa que garante vaga no Campeonato Brasileiro pela modalidade.
Conforme o presidente da federação, a participação do suspeito é permitida enquanto atleta, uma vez que, até o momento, nenhum processo foi instaurado contra ele. "Ele é uma pessoa comum perante a lei, não tem processo, nenhum tipo de acusação legal. Única coisa que ele tem, enquanto técnico, é uma acusação que está com o procurador da federação, que analisa o caso para saber se vai instaurar um processo ou não", explica José Ovídio Duarte da Silva.
Apesar de a denúncia indicar que o caso tenha acontecido em Mato Grosso do Sul, o boletim de ocorrência foi registrado em Colíder, Mato Grosso, onde a menina mora com a família, atualmente. Aqui no Estado, conforme a Polícia Civil, nenhuma denúncia foi apresentada formalmente, até o momento.
"Não houve recebimento pela Delegacia da Mulher, de Dourados, de boletim de ocorrência relativo a esse caso. Mas pode ser que ainda esteja no processo burocrático para chegar até aqui", explicou a titular Paula Ribeiro dos Santos.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de Colíder (MT) e, conforme o delegado titular, Eugênio Rudy, todas as declarações registradas devem enviadas para MS, para futuras investigações.
Suspensão - Mesmo que o período de 30 dias de suspensão preventiva, estipulado pela FJMS após denúncia, tenha acabado, conforme Ovídio, o professor não poderá retornar as atividades como técnico.
"Ele continua como atleta, com direitos iguais aos demais atletas filiados. Como técnico ele não pode trabalhar porque ele não fez o credenciamento técnico estadual e nacional, a data já passou", afirmou o presidente da federação, explicando que o período de inscrição se deu dentro do prazo de suspensão. Agora, o profissional terá que aguardar seis meses, quando as inscrições abrem novamente, para preencher o cadastro, caso não tenha nenhum impedimento judicial.