Centro-Oeste quase dobrou contaminações por coronavírus em junho
Centro-Oeste teve aumento de 98% no número de confirmados e 59% na quantidade de mortes na última semana epidemiológica

Situado na região do País que registrou a maior evolução da pandemia nos últimos dias, Mato Grosso do Sul “contribuiu” com 1.755 confirmações de casos do novo coronavírus e 15 mortes entre as semanas epidemiológicas 24 e 25 – de 7 a 13 de junho e de 14 a 20, respectivamente.
No Centro-Oeste o aumento no número de confirmados foi de 98% e na quantidade de mortes de 59%, conforme balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. Em Mato Grosso do Sul, a evolução no número de novos positivos foi de 54%, enquanto no de óbitos, de 53%.
No dia 13, fim da semana 24, o Estado tinha 3.235 casos de coronavírus e 28 mortes. No dia 20, eram 4.990 positivos e 43 óbitos. A 26ª semana epidemiológica só termina no sábado (27), mas hoje, faltando dois dias, já são 6.523 confirmados e 62 óbitos – 1,5 mil pessoas a mais confirmadas com o vírus e mais 19 vítimas da covid-19 em relação ao dia 20.
Até ontem, o Centro-Oeste tinha 73.520 casos confirmados e 1.357 mortes, segundo Ministério da Saúde.
O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, afirma que a rápida evolução da doença no Centro-Oeste preocupa. “Está crescendo muito na região, principalmente Mato Grosso, que já está entrando em colapso. Goiás também tem um crescimento muito grande e Mato Grosso do Sul tem percebeu um aumento desproporcional nas últimas semanas, o que pode fazer com que todo nosso esforço seja em vão”.
Apesar do Estado ser o que menos contribuiu para a evolução da pandemia na região, Resende afirma que o estado está a um passo de experimentar o que tem vivido o Mato Grosso se a população não adotar novamente o isolamento social como regra.
“Nossa contribuição é a menor, mas a continuar nessa escala de crescimento célere que estamos vendo, ou seja, crescimento exponencial. Parece a subida de um elevador daqueles moderníssimos, super rápidos. É o que está acontecendo aqui. Atribuo isso a desobediência cega de parte da população”.
Geraldo não cansa de reclamar da dificuldade de convencer as pessoas a ficarem em casa e só saíram para o imprescindível. “Todo dia a gente anuncia recorde e mais recorde de casos em relação aos dias anteriores. Já temos 62 mortes. Está morrendo em um dia o que morreu em um mês. Teve dia que morreu 8 pessoas, quantitativo que morreu em maio. Apesar desse quadro mudando com velocidade que está mudando população parece alheia”.