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Cidades

Com 4,3 mil na fila, HU precisa de R$ 15 milhões para ampliar cirurgias

Em 6 meses, unidade quase duplicou atendimento em relação a 2018, no entanto, opera abaixo da capacidade por falta de parcerias

Tainá Jara | 03/09/2019 07:29
Investimento de R$ 15 milhões necessário para aumentar cirurgias eletivas no HU atenderia todo o Estado (Foto: Arquivo)
Investimento de R$ 15 milhões necessário para aumentar cirurgias eletivas no HU atenderia todo o Estado (Foto: Arquivo)

O número não cai. Só em Campo Grande 4.378 pessoas aguardam na fila para realizar cirurgias eletivas. Agilidade na realização dos procedimentos esbarra na falta de recursos e de parcerias. No caso do Hospital Universitário, projeto para duplicar a capacidade de atendimento no setor depende de R$ 15 milhões para colocar em funcionamento novas salas de centro cirúrgico.

Cirurgias eletivas são aquelas que não têm caráter de urgência e dependem de marcação para serem executadas. Mesmo assim, algumas pessoas esperam anos pelo procedimento que compromete tratamentos. O procedimento oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) pode ser de média e alta complexidade.

Atualmente, o HU realiza cirurgias gerais e nas áreas cardíaca, gastro, oftalmo, nefrologia, de cabeça e pescoço, pediátrica, ortopédica, urológica e vascular. A capacidade aumentou nos últimos seis meses, em relação ao ano passado, mas poderia ser ainda maior.

Entre janeiro e julho deste ano, a unidade havia realizado 2.263 procedimentos, sendo o mês de março o de maior atendimento, quando 358 pessoas passaram por cirurgias. O total de procedimentos praticamente duplicou em relação ao mesmo período do ano passado. Quando 1.209 cirurgias eletivas foram feitas de maneira agendada.

O aumento da capacidade foi possível com a manutenção de cinco salas de centro cirúrgico. Porém, está nos planos da administração do HU duplicar a capacidade do setor com a construção de mais cinco salas.

Projeto arquitetônico e executivo já foi contratado e o plano era iniciar a reforma das salas em 2020. Entre obra e melhorias, seriam necessários recursos entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões, além de R$ 8 milhões para renovação do parque tecnológico, com a compra de equipamentos.

Em nota, o hospital afirmou que depende de recursos para tirar o projeto do papel. “A direção do HU está em contato com parlamentares da bancada de Mato Grosso do Sul para destinação de emendas para que o HU consiga fazer a reforma”. Tais parceria também poderia ser feitas com as administrações estadual e municipal.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirmou que o município “está buscando parcerias para tentar minimizar esta situação, a exemplo da reestruturação do convênio com o Hospital do Pênfigo, porém os detalhes ainda estão sendo ajustados”. A SES (Secretaria de Estado de Saúde) não se manifestou.

Aumento – Parece pouco, mas em menos de dois anos a fila de cirurgia eletivas na Capital aumentou. Em 2017, 4 mil pessoas aguardavam para passar por este tipo de procedimento. Conforme a Sesau, a maioria das solicitações se enquadra em “cirurgia geral” e ortopedia, sendo esta última com 420 solicitações pendentes.

Cirurgia geral é a especialidade médica cuja área de atuação compreende: cirurgia abdominal, cirurgia videolaparoscópica e cirurgia do trauma.

Consultas - Problemas também são verificados nas consultas. Números apresentados em maio deste ano pelo MPE (Ministério Público Estadual), como parte de inquérito da 32ª Promotoria de Justiça da Saúde Pública, demonstraram a situação.

Em menos de um ano, a demanda reprimida de consultas para cirurgias gerais na rede pública de saúde da Capital aumentou 20%, o que representa cerca de mil pacientes a mais na fila de espera. Em abril de 2018, 5.600 pessoas esperavam por uma consulta. Em fevereiro deste ano, esse número passou para 6.555 pacientes.

As filas para uma consulta de neurologia e neurocirurgia somavam na ocasião 14 mil pacientes. As especialidades são consideradas as maiores demandas reprimidas de especialidades da rede pública de saúde da Capital.

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