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Cidades

Correios discutem novo PDV, mas sindicato prevê baixa adesão em MS

Segundo a entidade, ainda não existe qualquer definição oficial sobre critérios, regras ou público-alvo

Por Viviane Oliveira | 14/11/2025 10:19
Correios discutem novo PDV, mas sindicato prevê baixa adesão em MS
Fachada da Central dos Correios em Campo Grande, na Avenida Presidente Ernesto Geisel (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O anúncio de que os Correios devem lançar um novo PDV (Programa de Demissão Voluntária), com a meta nacional de desligar pelo menos 10 mil empregados, acendeu o alerta entre trabalhadores em todo o País. No entanto, em Mato Grosso do Sul, a expectativa é de baixa adesão.

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Os Correios planejam lançar um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) com meta nacional de 10 mil desligamentos. Em Mato Grosso do Sul, no entanto, o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect-MS) prevê baixa adesão, estimando não mais que 20 participantes, devido ao perfil atual dos funcionários no estado. A iniciativa faz parte de um plano de reestruturação da estatal, que busca um empréstimo de R$ 20 bilhões. O programa será implementado em duas etapas, com regras tradicionais e metas específicas por áreas. A empresa enfrenta prejuízos desde 2022 e, sem medidas corretivas, pode acumular déficit de R$ 20 bilhões até 2026.

Segundo Wilton dos Santos Lopes, presidente do Sintect-MS (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios), ainda não existe qualquer definição oficial sobre critérios, regras ou público-alvo do programa, o que impede estimar com precisão quantos servidores poderiam participar.

Conforme o sindicalista, a adesão ao PDV é facultativa, e cada trabalhador decide se participa ou não, conforme os benefícios oferecidos. “O funcionário não é obrigado a aderir. Ele avalia os critérios, o formato do plano e, se achar atrativo, participa. Não é algo compulsório”, explicou. Ele lembra que os Correios lançaram vários PDVs e PDIs (Planos de Demissão Incentivada) nos últimos anos, sempre com regras próprias. “Sem saber quais serão os critérios, tempo de carreira, idade, tempo de serviço e outros parâmetros, não temos como prever quantos estão aptos”, explicou.

Wilton avalia, porém, que o impacto no Estado deve ser reduzido. Ele destaca que os Correios não fazem contratações desde o último concurso, em 2011, com chamadas até 2013. Por isso, a maior parte do quadro atual não se enquadraria nas regras usuais dos programas.

“Acreditamos que a maioria não vai preencher os requisitos ou não terá interesse em sair. Geralmente adere quem está no fim da carreira, perto da aposentadoria ou já tem outro plano. Aqui no Estado, não visualizamos um grande número, acredito que não passe de 20 desligamentos”, afirmou. Ele lembra ainda que o concurso vigente, realizado em dezembro do ano passado, segue válido até 2027, mas ninguém foi chamado até agora.

A reportagem também entrou em contato com os Correios sobre o assunto e aguarda resposta.

Discussão - A discussão sobre o novo PDV ocorre em meio ao plano de reestruturação da estatal, que busca ajustar as contas e viabilizar um empréstimo de R$ 20 bilhões. Segundo a Folha de S.Paulo, o programa deve ser lançado em duas etapas: a primeira com regras tradicionais, e a segunda com metas específicas de desligamento por áreas e unidades, conforme estudo de produtividade de agências. A estatal enfrenta prejuízos crescentes desde 2022 e pode chegar a um rombo de R$ 20 bilhões já em 2026 se nenhuma medida for adotada.

O projeto também prevê mapeamento de agências sobrepostas, venda de imóveis, revisão do plano de saúde e reestruturação de cargos e jornadas. O último PDV, lançado em 2024, teve adesão de 3.705 funcionários. Uma das preocupações dos empregados é depender do benefício do Postalis (Fundação Postal de Seguridade Social), fundo de pensão que acumula déficit bilionário e aplica cobranças extras aos participantes.

Os detalhes finais da reestruturação devem ser definidos nas próximas semanas, período em que os bancos devem apresentar novas propostas de financiamento. A expectativa dos Correios é fechar as operações de crédito ainda neste ano.

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