CRM diz que não incentiva paralisação, mas vê cenário dramático na Santa Casa
Conselho propõe mediação e cobra solução para evitar prejuízos à população durante a crise
O CRM (Conselho Regional de Medicina) manifestou apoio aos médicos da Santa Casa de Campo Grande diante do atraso no pagamento de salários, mas destacou que a entidade está preocupada também com a garantia do atendimento à população. O posicionamento foi apresentado pelo vice-presidente do conselho, Flávio Freitas Barbosa, ao comentar a crise enfrentada pelo hospital.
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O Conselho Regional de Medicina (CRM) expressou apoio aos médicos da Santa Casa de Campo Grande, que enfrentam atrasos salariais, e enfatizou a importância do atendimento à população. O vice-presidente Flávio Freitas Barbosa destacou a responsabilidade da instituição pelo pagamento e a necessidade de diálogo entre médicos, sindicato e administração. A situação se agrava com a greve dos funcionários, que reivindicam o pagamento do décimo-terceiro salário, atrasado pela instituição. Barbosa alertou sobre as consequências da paralisação, que afeta o atendimento e pode resultar em desassistência médica. A Santa Casa, por sua vez, alega falta de recursos e aguarda repasses do governo estadual.
Segundo Barbosa, o CRM tem se colocado à disposição para mediar o diálogo entre os profissionais, o sindicato da categoria e a administração da Santa Casa. O representante ressaltou que a responsabilidade pelo pagamento dos salários é da própria instituição e que, em algumas especialidades, a paralisação dos serviços ganhou maiores proporções, impactando diretamente o funcionamento do hospital.
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O Conselho, conforme o vice-presidente, já realizou diversas fiscalizações na Santa Casa e recebeu denúncias sobre a falta de insumos, situação que interfere no trabalho dos médicos e amplia o risco de desassistência. Para ele, o problema ultrapassa a relação trabalhista e afeta diretamente os pacientes atendidos pela unidade.
Flávio Barbosa considera temerário que médicos permaneçam meses sem receber, citando profissionais com até seis meses de trabalho sem remuneração, além de médicos autônomos com três ou quatro meses de atraso e trabalhadores contratados pelo regime CLT. Ele reforçou que o CRM não determina paralisações nem emite indicativos de greve, mas se solidariza com os médicos e suas famílias.
O posicionamento do Conselho ocorre em meio a mobilização dos funcionários da Santa Casa de Campo Grande, que mantêm greve pelo 2º dia consecutivo e cobram o pagamento do décimo terceiro salário. Os trabalhadores reivindicam o pagamento imediato do benefício, que a instituição atrasou.
Os médicos também rejeitaram a proposta de parcelamento do décimo-terceiro salário entre janeiro, fevereiro e março de 2026, mas optaram por manter os serviços para não prejudicar o atendimento à população.
Durante a entrevista, Flávio Barbosa fez um alerta sobre as consequências da interrupção dos serviços. “A nossa preocupação é com o paciente. Quem vai responder pelas pessoas que vão sofrer por desassistência médica? Vai ser a própria instituição, a Secretaria de Estado de Saúde? Essa discussão está ausente nas entidades sindicais que representam os médicos”, afirmou.
O dirigente reconheceu que a greve é um direito legítimo dos trabalhadores diante do não pagamento dos salários, mas classificou o cenário como dramático. Conforme explicou, a paralisação tem levado ao fechamento de especialidades e à suspensão de atendimentos, agravando a situação de quem depende do hospital.
Na semana passada, a diretoria da Santa Casa informou que não dispõe de recursos para quitar o décimo-terceiro e que aguardava repasse do governo do Estado. O Estado, por sua vez, afirmou estar em dia com os repasses referentes à contratualização da Santa Casa, feitos regularmente ao município de Campo Grande até o quinto dia útil. Em novembro, houve acréscimo de R$ 516.515,00, elevando o repasse mensal para R$ 9.593.830,59.
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