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Cidades

Dourados lidera taxa de homicídios entre maiores cidades de MS

Campo Grande, embora concentre mais da metade dos casos de mortes, tem o menor índice, segundo Ipea

Marta Ferreira | 05/08/2019 15:06
Local de assassinato em Dourados, que tem a maior taxa entre as cidades mais populosas de MS. (Foto: Sidnei Bronka)
Local de assassinato em Dourados, que tem a maior taxa entre as cidades mais populosas de MS. (Foto: Sidnei Bronka)

Dourados, cidade a pouco mais de cem quilômetros da linha de fronteira com o Paraguai se recente da violência provocada pela guerra do narcotráfico na região. O município de 218 mil habitantes tem a maior taxa de assassinatos entre as cidades mais populosas do Estado, segundo levantamento do Ipea (Instituto Nacional de Pesquisas Aplicadas), tornado público nesta segunda-feira (5). A pesquisa foi feita entre as 310 cidades brasileiras com mais de cem mil moradores, a partir dos dados de 2017.

Das 79 cidades sul-mato-grossenses, só 4 entraram na lista. Dourados aparece com índice de 34,4 mortes a cada cem mil habitantes. Três Lagoas, de 117,4 mil habitantes, aparece na sequência, com 34 mortes a cada cem mil moradores. Corumbá (109 mil moradores), vem na sequência, com índice de 29,6 homicídios. Por último, surge Campo Grande, que embora concentre mais de 50% dos assassinatos no ano retrasado, tem índice de 18,8, o segundo menor entre as capitais brasileiras. Apenas a maior cidade do País, São Paulo, tem taxa mais baixa, conforme a análise do Ipea, sob o título "Atlas da Violência – Retrato dos Municípios Brasileiros 2019".

Em números objetivos, Campo Grande teve 142 assassinatos em 2017, Dourados 75, Três Lagoas, 40 e Corumbá 30. O Ipea cita, ainda, os dados de homicídios ocultos, como são chamadas mortes violentas classificadas pelas autoridades estaduais como “sem causa determinada”. Em Campo Grande, no ano do estudo, foram 22 casos. Outros três foram registrados em Corumbá. Em Dourados e Três Lagoas não aparece esse tipo de registro.

O Ipea relacionou as 20 cidades mais violentas no País e as 20 da outra ponta, com menor índice de assassinatos. Não há cidade de Mato Grosso do Sul em nenhum dos extremos entre as pesquisadas.

Considerando a comparação entre os estados, Mato Grosso do Sul tem a segunda menor taxa de homicídios do Centro-Oeste, com 25,7 casos a cada cem mil habitantes. O “campeão” nesse dado negativo regionalmente é Goiás, dono de taxa de 43,9, seguido por Mato Grosso, com índice de 34,3. A menor taxa no Centro-Oeste é do Distrito Federal, de 20,5.

Arte: Thiago Mendes.
Arte: Thiago Mendes.

A fronteira impõe diferenças - Mapa que ilustra o documento divulgado pelo Instituto registra que, enquanto nos outros estados a violência é espalhada entre as localidades, em Mato Grosso do Sul ela se concentra no entorno da Capital e no Cone-Sul do estado, na região de Ponta Porã.
“Essa região tem uma fronteira de 1.300 km com aquele país, por onde passam três rodovias federais (BR-267; BR-463 e BR-060) e é conhecida por ser uma das entradas de drogas e armamentos para o Brasil”, destaca o texto.

Por ali, os índices de homicídios, embora não apareceram entre os maiores no país, são altíssimos, quase quatro vezes a média estadual. Os municípios com maiores taxas de homicídio nesse espaço geográfico eram Paranhos (91,3), Antônio João (90,8), Ponta Porã (48,0) e Itaquiraí (67,8).

Ao traduzir esses dados, os analistas do Ipea citaram como exemplo do impacto da guerra do narcotráfico a morte cinematográfica de Jorge Rafaat, em junho de 2016. Apontado como chefe de quadrilha na região, ele foi vítima de emboscada com o uso de arma antiárea. “Ponta Porã, o município vizinho à cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, tem uma posição estratégica como entreposto do narcotráfico internacional de drogas e esteve exposta nos jornais quando, em 15 de junho de 2016, o traficante Jorge Rafaat Toumani foi morto cinematograficamente na cidade paraguaia, no enredo pela disputa com o PCC pelo controle da fronteira”.

Arte: Thiago Mendes.
Arte: Thiago Mendes.
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