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Política

“É desumano”, protesta deputado de MS sobre leitos ociosos em hospital militar

Segundo dados do TCU (Tribunal de Contas da União), até 85% dos leitos estão vagos, enquanto SUS vive colapso

Ângela Kempfer | 07/04/2021 15:19
Fábio Trad em foto de arquivo da Câmara do Deputados. (Foto: Divulgação)
Fábio Trad em foto de arquivo da Câmara do Deputados. (Foto: Divulgação)

A negativa das Forças Armadas em colaborar na luta contra as mortes por covid-19 ganhou novamente o noticiário nesta quarta-feira (7). Em março, o Campo Grande News já havia publicado reportagem sobre o assunto e, na semana passada foi a vez da revista Piauí e hoje o tema ganhou repercussão nacional em matéria da Folha de São Paulo.

Segundo o jornal, hoje no Brasil os hospitais militares estão com até 85% das vagas ociosas, enquanto pessoas morrem por falta de estrutura disponível na rede de saúde, já esgotada tanto na esfera pública, quanto privada.

Na tentativa de obrigar Exército, Marinha e Aeronáutica a liberarem leitos ociosos às pessoas que esperam vagas em postos de saúde, o deputado federal Fábio Trad (PSD) enviou requerimentos ao Ministério da Defesa e também da Saúde solicitando a liberação desses espaços à população em geral.

“Não faz sentido ter essa reserva de leitos só para militares. É desumano! Se as Forças Armadas não adotarem essas providências em caráter emergencial, não há como evitar uma ação na Justiça”, adverte o parlamentar sul-mato-grossense, que em novembro do ano passado chegou a ir para UTI como mais uma vítima do coronavírus.

O deputado recorre à Constituição, já que a reserva de vagas aos militares viola o dever constitucional do Estado de oferecer acesso à saúde de forma universal.

“A vida de um militar é tão importante quanto a vida de um civil. A reserva de vagas contraria o princípio da dignidade humana. Não é justo deixar civis morrerem, tendo leitos ociosos à disposição e ainda custeados por todos nós que pagamos impostos”, protesta

Apesar da dificuldade à informações oficiais, reportagem do Campo Grande News mostrou que só na Capital são cerca de 60 leitos que poderiam ser disponibilizados nos hospitais da Aeronáutica e do Exército.

O TCU investiga possíveis irregularidades por parte de Ministério da Defesa, Exército, Aeronáutica e Marinha ao não ofertarem a civis leitos destinados a pacientes com Covid-19 em unidades militares de saúde.

Nem mesmo os 123 servidores do Exército que atuam na unidade do Hospital Militar de Área de Campo Grande foram oferecidos para reforçar o atendimento em outros hospitais. Segundo dados do TCU (Tribunal de Contas da União), por ano, só a rede do Exército recebe mais de R$ 2 bilhões para custeio nas unidades do País.

Atualmente, os estabelecimentos das Forças Armadas são responsáveis por atender militares, ativos, inativos e aposentados, além dos seus familiares dependentes e pensionistas.

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