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Cidades

Em 20 dias, número de indígenas mortos por covid-19 em MS mais que dobra

Secretaria Nacional contabiliza 30 mortos, enquanto lideranças indígenas calculam 48

Tainá Jara | 25/08/2020 17:31
Representantes do governo Federal estiveram nas aldeias de Aquidauna durante a pandemia. (Foto: Eric Markay)
Representantes do governo Federal estiveram nas aldeias de Aquidauna durante a pandemia. (Foto: Eric Markay)

Mesmo divergentes, os números quanto as mortes de indígenas em Mato Grosso do Sul pela covid-19 confirmam a escalada da doença nas aldeias nos últimos 20 dias. A Sesai (Secretaria Nacional de Saúde Indígena) contabiliza 30 óbitos, quando no começo do mês registrava 13. A Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), no entanto, calcula 48 mortes.

Em documento encaminhado pela Apib, esta semana, para o MPF (Ministério Público Federal), a entidade destacou que a chegada da covid-19 nos territórios indígenas, vem acompanhada de uma letalidade de 6,8%, enquanto em não-índios no Estado esse número é de 1,8%.

Boletim epidemiológico da Dsei-MS (Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul) até o dia 4 de agosto, tinham sido registradas 13 mortes entre os indígenas do Estado, sendo a maioria nas aldeias região de Aquidauana, distante 139 quilômetros de Campo Grande.

O povo terena representa 93% das mortes de indígenas provocadas pelo coronavírus no Estado. A maioria deles vive na Terra Indígena Taunay/Ipegue em Aquidauana, onde profissionais da saúde organização internacional Médicos Sem Fronteiras chegaram a ser barrados. Nesta semana, a atuação dos voluntários foi autorizada pelo Governo Federal.

Diante da disparada de números de casos nas aldeias, o governo Federal reagiu com ações de apoio às comunidades indígenas afetadas. A segunda etapa da ação começa hoje e vai até o dia 30 de agosto.

Além de orientações logísticas para o atendimento da população indígena, serão feitos testes rápidos para a detecção da doença. A operação, desencadeada pelo CMO (Comando Conjunto Oeste) em coordenação com a Sesau, tem o objetivo de mitigar os efeitos da pandemia da covid-19 nas populações indígenas da região.

Na manhã do dia 25 de agosto, as equipes médicas participaram do apronto operacional, realizando os últimos ajustes antes de se deslocarem para o atendimento nas comunidades indígenas.

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