Em MS, dos 79 prefeitos eleitos, apenas 16 são pretos e pardos, diz IBGE
Dados foram divulgados pelo Instituto no relatório Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil

Em Mato Grosso do Sul, durante as eleições municipais de 2016, dos 79 prefeitos eleitos, apenas 16 eram pardos e pretos. O dado é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), parte do relatório “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, divulgado nesta quarta-feira (13).
Dividido em áreas como representação política, educação, renda e moradia, o documento mostra como vivem no país brancos e negros. Dos vereadores eleitos no Estado em 2016, 34% eram negros: 290 de um total de 845. O número é ainda mais baixo que a média brasileira, com 42,1% dos vereadores eleitos pretos ou pardos.
Ocupação e Renda – A taxa de desocupação entre pretos e pardos em Mato Grosso do Sul também é maior que a de brancos: 8,9 contra 6,6 de pessoas brancas. A de subutilização no trabalho também é maior: 19,1 entre negros contra 14,4 entre brancos.
Os salários pagos a pessoas negras em Mato Grosso do Sul são expressivamente menores que o de pessoas negras. Em 2018, enquanto uma pessoa branca ganhava, em média, R$ 2650 em ocupações formais e informais, uma pessoa negra ganhava R$ 1718.
O rendimento domiciliar per capita em Mato Grosso do Sul em 2018 também apresenta diferenças. Enquanto o de brancos era de R$ 1775 em 2018, o de negros, no mesmo ano era R$ 1095. Na Capital, a renda per capita era de R$ 2213 para as pessoas brancas e para as pessoas pretas e pardas, de R$ 1298.
No Brasil, o rendimento médio mensal das pessoas brancas ocupadas (R$2.796) foi 73,9% superior ao da população preta ou parda (R$1.608). Os brancos com nível superior completo ganhavam por hora 45% a mais do que os pretos ou pardos com o mesmo nível de instrução. A desigualdade também estava presente na distribuição de cargos gerenciais, somente 29,9% deles eram exercidos por pessoas pretas ou pardas.