Em MS, preso em operação é assassino de médico e líder de ataques a escolas
Lyferson Barbosa, apontado como comandante de incêndios criminosos no Detran, em colégios e em um hospital
Lyferson Barbosa da Silva, condenado pelo assassinato do médico cardiologista Artur Eugênio de Azevedo e apontado como líder de ataques contra escolas, hospital e até a sede do Detran em Pernambuco, voltou a ser alvo de mandado nesta quinta-feira (27) em Mato Grosso do Sul. Preso desde 2024 na Penitenciária Federal de Campo Grande, ele é um dos investigados na nova etapa da Operação Efeito Helicóptero, que desmantela uma quadrilha que movimentou R$ 500 milhões em apenas um ano com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
RESUMO
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Lyferson Barbosa da Silva, preso na Penitenciária Federal de Campo Grande desde 2024, é alvo de nova fase da operação Efeito Helicóptero. Condenado pelo assassinato do médico Artur Eugênio em 2014, ele também é apontado como líder de ataques contra escolas e prédios públicos em Pernambuco. A operação investiga uma quadrilha que movimentou R$ 500 milhões em um ano com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Foram cumpridos mandados em Campo Grande, Corumbá e Mundo Novo, além de outros estados. Mesmo preso, Lyferson continuava comandando ações criminosas, o que motivou sua transferência para o presídio federal.
Ontem, a ofensiva no Estado foi coordenada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), com ações em Campo Grande, Corumbá e Mundo Novo. No presídio federal, os policiais cumpriram mandado de prisão temporária e busca e apreensão contra Lyferson. Em Corumbá, houve duas prisões e duas buscas; em Mundo Novo, mais uma prisão temporária acompanhada de busca e apreensão.
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Lyferson Barbosa da Silva cumpre pena de 26 anos e quatro meses pelo homicídio do médico Artur Eugênio, executado com quatro tiros em 2014, em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. Ele também se tornou alvo de investigações por liderar ataques incendiários contra o Detran, escolas e até hospital naquele estado, em 2023.
A investigação apontou que Lyferson, mesmo preso, ordenou as ações porque estaria insatisfeito com decisões da Secretaria de Defesa Social e queria “provocar desordem” para pressionar a troca dos comandantes da pasta. Em interceptação telefônica, ele determinava ao comparsa que atacasse repartições públicas, “além de incendiar veículos e assassinar pessoas”, conforme trecho do diálogo descoberto.
O criminoso fazia parte do esquema a partir do Presídio de Igarassu, no Grande Recife, usando celulares para continuar chefiando a organização criminosa, fato que motivou sua transferência para a penitenciária federal em Campo Grande, em 2024, onde cumpre regime mais rígido.
Assassinato de médico - O corpo do cardiologista Artur Eugênio foi encontrado às margens da BR-101, um dia após o crime, em 2014. O MPPE (Ministério Público de Pernambuco) apontou que o assassinato foi motivado por um desentendimento profissional entre o médico e Cláudio Amaro Gomes, condenado a 34 anos e quatro meses como mandante.
As investigações mostraram que Cláudio Júnior pagou Jailson Duarte César, que contratou Lyferson e Flávio Braz para executarem o cirurgião.
Operações - Deflagrada em outubro de 2023, a primeira etapa da Operação Efeito Helicóptero mirou 66 suspeitos em 20 estados e revelou que o grupo movimentou meio milhão de reais entre 2021 e 2022. Na ocasião, houve bloqueio de bens, apreensão de criptomoedas, sequestro de veículos e imóveis, além da apreensão de 3.596 munições de fuzil no Mato Grosso.
Dos alvos, 19 mandados foram direcionados a presos no sistema penitenciário de Pernambuco, incluindo Lyferson. O nome da operação faz referência ao termo usado na Espanha para definir lavagem de dinheiro quando o rastro dos recursos “se perde de vista” para os investigadores.
Em nova fase da Operação Efeito Helicóptero, nesta quinta-feira (27), Lyferson novamente foi alvo. No MS, os policiais cumpriram um mandado de prisão temporária e busca e apreensão dentro do Presídio Federal de Campo Grande, onde um dos alvos já estava recolhido; dois mandados de prisão e duas buscas e apreensões em Corumbá; e uma prisão temporária acompanhada de busca e apreensão em Mundo Novo.
Também são cumpridos mandados em cidades de Pernambuco, Paraná, São Paulo, Rondônia e Minas Gerais.
Além disso, Lyferson também foi alvo, em fevereiro deste ano, da Operação La Catedral, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga crimes cometidos por policiais penais e detentos, como corrupção e tráfico de drogas dentro de unidades prisionais. Na ocasião foram cumpridos nove prisões preventivas, 12 buscas e apreensões, dois afastamentos de função e o sequestro de bens.
A operação também prendeu um ex-diretor do Presídio de Igarassu e policiais penais suspeitos de integrar o grupo. Os nomes não foram divulgados.
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