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Cidades

Em três anos, Cufa já atendeu 30 mil pessoas em Campo Grande

No enfrentamento à insegurança alimentar, cerca de 46 toneladas de alimentos apenas em 2021

Beatriz Magalhães | 13/12/2021 16:47
Esquerda: Lívia Lopes, coordenadora Cufa MS; Direita: Letícia Polidorio, coordenadora Cufa CG. (Foto: Beatriz Magalhães)
Esquerda: Lívia Lopes, coordenadora Cufa MS; Direita: Letícia Polidorio, coordenadora Cufa CG. (Foto: Beatriz Magalhães)

Em meio à pandemia e insegurança alimentar, a Cufa (Central Única das Favelas de Campo Grande) garantiu a entrega de 46 toneladas de alimentos em 2021 e movimentou a cena cultural nas periferias da Capital. Segundo os números de cadastro, em dois anos, cerca de 30 mil campo-grandenses foram atendidos. “A maioria dos assistidos são mulheres negras, temos essa característica”, afirma a organizadora da Cufa Mato Grosso do Sul, Lívia Lopes, ao apresentar os dados durante coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira (13).

De acordo com os dados apresentados, em Campo Grande, são 33 favelas, comunidades periféricas e aldeias indígenas atendidas. Dos 30 mil atendidos, 70% do público são mulheres negras e mães solos. “Não tem como ir às comunidades e não se sentir impactado. Nossa tarefa é mudar essa realidade”, aponta a coordenadora local, Letícia Polidorio.

Além disso, o levantamento mostra que 650 dos atendidos são indígenas e cinco mil crianças.

Alimentos arrecadados pela Central Única de Favelas de Campo Grande. (Foto: Cufa CG)
Alimentos arrecadados pela Central Única de Favelas de Campo Grande. (Foto: Cufa CG)

Apoio nacional - As famílias que moram nas favelas e periferias de Campo Grande também contaram com a ajuda da Cufa Nacional, que encaminhou 1.320 cartões de vale-refeição em 2021.

“Esses cartões são muito importantes, pois oferecem dignidade às mulheres, que podem comprar o que precisam, o que querem e esse foi um dos maiores avanços da Cufa. O cartão oferece a autonomia para a compra de uma bolacha, mistura ou até mesmo o pagamento de alguma conta”, explica Letícia Polidorio

Não é só comida - A Central Única das Favelas, em contato direto com as mulheres periféricas, percebeu a falta de acesso a produtos de higiene durante 2020 e 2021 e, por isso, mobilizou junto a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, uma campanha que arrecadou 315 kits de higiene, que foram distribuídos às mulheres moradoras das favelas.

“A prioridade tem sido realmente garantir comida na mesa para essas mães, elas juntam o que têm para a compra de alimentos, então, o absorvente, desodorante, creme dental, por exemplo, foram os principais produtos que elas foram deixando de comprar”, pontua Lívia Lopes.

Cultura - Para inserir a periferia no cenário cultural de Campo Grande, o grupo também promove eventos Black e Tal, Favela Literária e Favela Show, que contam com feiras comunitárias, dança, música, poesia e várias outras formas de expressão artística.

“Nós queremos crescer e ir além de entregas de cestas básicas. A Cufa vai além do assistencialismo, nós trabalhamos com saúde, cultura e direito das mulheres”.

No Estado - A Lívia Lopes foi convidada pela Central Única das Favelas Nacional a liderar o movimento em Mato Grosso do Sul. De Campo Grande, Lívia fez nascer primeiro a Cufa CG, que logo se expandiu e hoje, está presente em outras quatro cidades do Estado: Ivinhema, Três Lagoas, Corumbá e Amambai.

“Começamos através de projetos culturais e fomos crescendo com o tempo. Hoje, em Campo Grande já temos certa autonomia, precisamos de poucas coisas da Cufa Nacional e ainda conseguimos, em algumas vezes, enviar produtos arrecadados para outros municípios do Estado. Mas ainda assim, conseguimos muito através do movimento de liderança nacional, principalmente para as cidades do interior”, explica a artista de rua, professora e coordenadora da Central Única das Favelas de Mato Grosso do Sul.

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