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Cidades

Empresas de fachada e veículos clonados bancavam esquema milionário de drogas

PF revelou que maconha vinha do Paraguai; mais de 14 toneladas foram apreendidas durante investigações

Por Bruna Marques | 02/10/2025 08:16


RESUMO

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A Polícia Federal desarticulou uma organização criminosa que utilizava empresas de fachada e veículos clonados para transportar drogas do Paraguai. A operação Hereditas Damnare apreendeu mais de 14 toneladas de maconha e cumpriu 35 mandados judiciais em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Bahia. O esquema movimentava dezenas de milhões de reais através de empresas de transporte registradas em nome de integrantes da facção. A PF determinou o bloqueio de R$ 5,4 milhões em bens dos investigados. O nome da operação faz referência a um dos líderes que herdou as atividades ilícitas do pai, preso pelo mesmo crime.

A Operação Hereditas Damnare, deflagrada nesta quinta-feira (2), revelou que a organização criminosa investigada utilizava caminhonetes clonadas e empresas de fachada de transporte de cargas para movimentar dezenas de milhões de reais em entorpecentes vindos do Paraguai. No decorrer das apurações, já foram apreendidas mais de 14 toneladas de maconha ligadas ao grupo.

A ação é realizada pela Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) - composta pela Polícia Federal, Polícia Penal Federal, Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, Polícia Militar Rodoviária de MS, Polícia Civil de MS e Polícia Penal.

Segundo a Polícia Federal, os criminosos mantinham empresas de transporte registradas em nome de integrantes da facção, usadas para dar aparência de legalidade ao esquema. A droga era trazida da fronteira paraguaia em veículos de grande porte e distribuída para grandes centros urbanos, como São Paulo.

A operação cumpriu 20 mandados de busca e apreensão, sendo 11 em Mato Grosso do Sul (Campo Grande, Dourados e Ponta Porã), oito em São Paulo (Grande São Paulo e Bauru) e um na Bahia e 15 mandados de prisão, além de determinar o bloqueio de bens dos investigados no valor de R$ 5,4 milhões.

No balanço parcial da operação, a PF informou a apreensão de 6 veículos, 2 motos, 3 caminhões, 7 semirreboques e R$ 8,3 mil em dinheiro.

Em Campo Grande, dois condomínios foram alvo da ação: o Castello Di Pietro, no bairro Rita Vieira, e o Parque Castelo de Andorra, na Avenida Senador Antônio Mendes Canale, no bairro Pioneiros. No segundo endereço, moradores relataram intensa movimentação policial logo cedo.

Testemunhas contaram que os primeiros agentes chegaram às 6h, mostrando a foto de um homem a funcionários e vizinhos, em busca de um dos alvos da operação.

Em Dourados, a 251 quilômetros de Campo Grande, três caminhões foram apreendidos pela Polícia Federal com apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Empresas de fachada e veículos clonados bancavam esquema milionário de drogas
Caminhões apreendidos em Dourados durante operação (Foto: Osvaldo Duarte)

O nome da operação, Hereditas Damnare, em tradução livre, “herança maldita”, faz referência a um dos líderes da organização criminosa que herdou a atividade ilícita do pai após a prisão deste pelo mesmo crime.

A advogada Samela Alves, que presta assessoria jurídica ao Condomínio Castelo de Andorra, procurou o Campo Grande News e esclareceu que o alvo da operação não tinha qualquer relação com o residencial. Segundo ela, os policiais buscavam, na verdade, um morador do Condomínio Castelo de Gibraltar.

De acordo com a advogada, houve um equívoco inicial porque os dois empreendimentos ficam lado a lado e têm nomes semelhantes. Assim que perceberam o erro, as equipes se dirigiram ao condomínio correto.

Samela destacou ainda que esse tipo de confusão é comum, já que a região reúne vários prédios com o nome “Castelo”. “Correios, oficiais de Justiça, visitantes, corretores, transportadoras e entregadores enfrentam esse tipo de situação quase diariamente”, pontuou.

No caso da operação, o suspeito usava tornozeleira eletrônica, que indica apenas a localização aproximada, o que pode ter contribuído para a entrada equivocada no Andorra.

A advogada reforçou que o Condomínio Castelo de Andorra e seus condôminos não tiveram qualquer envolvimento com a operação da Polícia Federal.

Já no Castelo Di Pietro o alvo era um morador. Não há qualquer vinculo ou participação do condomínio ou administração dele com os fatos investigados pela polícia.

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(*Matéria editada as 14:25 para acrescentar informações)