Foragido, empresário que financiava o tráfico tem liberdade negada
Foragido e apontado como financiador da organização criminosa desmantelada pela Operação Snow, o empresário Diego Fernandes Silva teve o pedido de liberdade negado pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele foi citado por edital na segunda fase da operação, após ser identificado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como um dos responsáveis por intermediar empréstimos milionários para compra e transporte de drogas.
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O empresário Diego Fernandes Silva, foragido e apontado como financiador de organização criminosa desmantelada pela Operação Snow, teve pedido de liberdade negado pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele é acusado de intermediar empréstimos milionários para compra e transporte de drogas. A investigação do Gaeco revelou uma organização criminosa com 17 integrantes, incluindo advogados e um policial civil. O grupo é descrito como extremamente violento, resolvendo conflitos com sequestros e execuções. A defesa alegou que os valores movimentados seriam fruto de agiotagem, argumento descartado pelos desembargadores.
Mesmo com advogado constituído, o catarinense Antônio de Nez Martins, a Justiça entendeu que o fato de Diego estar foragido é, por si só, justificativa suficiente para a manutenção da prisão preventiva. “A condição de foragido do paciente constitui causa autônoma e suficiente para embasar a prisão preventiva, dada a concreta demonstração de risco de evasão”, afirma a decisão.
A defesa alegou que os valores movimentados pelo réu seriam fruto de agiotagem, e não de financiamento ao tráfico. O argumento, porém, foi descartado pelos desembargadores, com base no entendimento de que esse tipo de análise “demanda revolvimento de provas, sendo incompatível com a via estreita do habeas corpus”.
Também foram mencionadas condições pessoais favoráveis, como residência fixa e ocupação lícita, que não foram suficientes para convencer o Judiciário. O tribunal também negou a substituição da prisão por medidas cautelares, considerando “a periculosidade do agente e a sofisticação da organização criminosa”.
Diego, segundo pesquisa da reportagem, tem em seu nome uma empresa que presta serviços de malote não realizados pelos Correios em Palhoça (SC).
Organização violenta - A investigação do Gaeco apontou que Diego atuava como “facilitador financeiro” do grupo, responsável por levantar recursos e movimentar valores entre os integrantes da facção. A segunda fase da Operação Snow revelou a participação de pelo menos 17 pessoas, entre elas advogados e um policial civil.
Segundo o Ministério Público, os advogados do grupo não se limitavam a defender os membros, mas participavam ativamente de ações ilegais, como corrupção de agentes públicos, obtenção de informações privilegiadas e até aconselhamento sobre operações do tráfico.
A facção é descrita como extremamente violenta, e costuma resolver “pendências” com sequestros e execuções, inclusive contra integrantes considerados traidores ou responsáveis por prejuízos. Um dos papéis do núcleo jurídico seria justamente monitorar, com apoio de policiais corruptos, eventuais operações das forças de segurança contra o grupo.
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