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Cidades

Indígenas resgatados de escravidão no PR recebem dinheiro e voltam para MS

Ao todo, 46 indígenas Guarani-Kaiowá trabalhavam em corte de cana-de-açúcar no município de Itambé

Por Jhefferson Gamarra | 24/10/2025 13:28


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O Ministério do Trabalho e Emprego concluiu o pagamento das verbas trabalhistas a 57 trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão em Itambé, Paraná. Do total, 46 eram indígenas Guarani-Kaiowá, recrutados no Mato Grosso do Sul para o corte de cana-de-açúcar. Os trabalhadores foram submetidos a condições degradantes em uma usina em São Pedro do Ivaí, incluindo alojamentos precários e servidão por dívida. Após acordo com as autoridades, a Usina Renuka pagou as verbas devidas e custeou o retorno dos indígenas às suas comunidades de origem em Amambai e Dourados.

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) concluiu, na quinta-feira (23), a intermediação do pagamento das verbas trabalhistas devidas aos 57 trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão no município de Itambé, no interior do Paraná. Entre os resgatados estavam 46 indígenas da etnia Guarani-Kaiowá, recrutados em aldeias do Mato Grosso do Sul para o corte de cana-de-açúcar.

A contratação dos trabalhadores havia sido realizada por uma empresa paulista terceirizada por uma usina localizada em São Pedro do Ivaí (PR), onde foram submetidos a condições degradantes.

Segundo o Ministério do Trabalho, o grupo vivia em alojamentos precários, sem acesso adequado à alimentação e sem registro formal de trabalho. Além disso, foram obrigados a adquirir produtos em um supermercado local, acumulando dívidas que seriam descontadas dos salários, caracterizando servidão por dívida.

A operação, realizada no dia 16 de outubro e considerada uma das maiores dos últimos anos no estado, contou com a atuação conjunta do Ministério Público do Trabalho, da Secretaria de Inspeção do Trabalho e das forças de segurança.

Após a constatação das irregularidades, a empresa responsável, a Usina Renuka, firmou um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) comprometendo-se a pagar os valores devidos e custear o retorno dos trabalhadores.

Com o pagamento efetivado na quinta-feira, os indígenas retornaram às suas comunidades de origem em dois ônibus, escoltados pela Polícia Rodoviária Federal, pela Polícia Federal e pela Polícia Militar do Paraná. O trajeto, de aproximadamente 500 quilômetros, teve como destino final os municípios sul-mato-grossenses de Amambai e Dourados.