Sem ônibus adaptado há 2 meses, universitário cadeirante teme reprovação
Alessandro estuda na UEMS e depende de transporte acessível para ir à faculdade
Há dois meses sem conseguir frequentar a maioria das aulas na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), o estudante de psicologia Alessandro Lucas da Silva, de 20 anos, vive o medo constante de ser reprovado por faltas. Cadeirante desde o nascimento, por conta de uma má formação nos pés, ele denuncia a falta de transporte acessível em Coxim, que o impede de se deslocar até o campus.
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Estudante cadeirante de Coxim enfrenta dificuldades para frequentar aulas na UEMS devido à falta de transporte adaptado há dois meses. Alessandro Lucas da Silva, 20 anos, acumula mais de 37% de faltas no curso de Psicologia, ultrapassando o limite de 25% permitido pela LDB. No ano anterior, o acadêmico já havia enfrentado situação similar, chegando a desistir do curso técnico no IFMS após sofrer lesões nos pés ao utilizar transporte público comum. Sem alternativas viáveis de locomoção, depende de caronas do irmão para comparecer às aulas possíveis.
“Dependo quase totalmente do ônibus, mas ele não tem estrutura para me levar”, conta Alessandro. Ele já acumula mais de 37% de faltas, acima do limite de 25% previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
A situação não é nova. No ano passado, o jovem chegou a usar o transporte público comum, durante um mês, para não perder as aulas do curso técnico integrado em Alimentos, no IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul). Mas a tentativa terminou em dor: sem poder embarcar com a cadeira de rodas, ele era obrigado a subir e descer com dificuldade. “Pela posição dos meus pés, que são tortos, eu me esforçava muito. Acabei machucando e criando uma ferida”, relembra.
O ferimento nunca cicatrizou totalmente, e a falta de acessibilidade fez Alessandro desistir do curso técnico. Agora, no ensino superior, o problema se repete.

A mãe, Maria Rosa Gomes da Silva, de 46 anos, explica que a família não tem condições de garantir o transporte diário do filho. “Tenho só uma moto, e ele não pode ir nela. O carro do meu outro filho é de trabalho, então ele só consegue levá-lo em alguns dias”, relata.
Com isso, Alessandro só consegue assistir às aulas quando conta com a carona do irmão, o que o deixa afastado da maior parte das disciplinas.
A Prefeitura de Coxim foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta matéria não respondeu sobre a ausência de transporte acessível para estudantes com deficiência. O espaço permanece aberto para manifestação.
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