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Cidades

Jeitão de MS de dividir tereré deixa população na fronteira do contágio

Higiene e isolamento são medidas indicadas para evitar crescimento da curva de contágio

Izabela Sanchez e Clayton Neves | 15/03/2020 17:07
Jeitão de MS de dividir tereré deixa população na fronteira do contágio
Família divide o tereré na Orla Morena durante o domingo (15) em Campo Grande (Foto: Paulo Francis)


É invisível e não é possível controlar. Apesar disso, é possível diminuir, com uma série de medidas de contenção, que a curva de contágio do novo coronavírus aumente mais do que o previsto. Em Mato Grosso do Sul, há um hábito em especial que é inimigo da prevenção: o uso coletivo da bomba de tereré.

O ministério da saúde já alertou, seguido pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) e Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Médica infectologista da Santa Casa, Priscila Alexandrino explicou que não há nada que prove segura a divisão do copo, seja com família ou amigos. A regra é uma só: uso individual.

No quiosque de água de coco de uma família na Orla Morena, pai, mãe filho de 17 anos dividiam a mesma bomba de tereré, na tranquilidade, neste domingo (15) A cuidadora de saúde mental, 38, Rafaela Pinheiro disse ser necessário “acreditar mais em Deus” e citou surtos anteriores de “gripe aviária e ebola”.

Apesar de já ter sido demonstrado que o vírus não tem se alterado em altas temperaturas, tradição em país tropical como o Brasil, ela disse acreditar “que não vai se espalhar porque vírus gosta de frio”.


Jeitão de MS de dividir tereré deixa população na fronteira do contágio
O tatuador Eliandro Silva, 42, bebendo tereré no domingo (15) (Foto: Paulo Francis)


“A gente está dando muito ipobe, tem gente que não quer mais ser abraçado, dar a mão, daqui a uns dias ninguém vai poder chegar perto do outro” disse ela e emendou que a família vai continuar tomando tereré e que não divide a bomba “com quem não conhece”.

O filho, estudante de 17 anos Francisco Reinaldo disse que gosta de tomar o tereré sozinho “porque se incomoda de servir as pessoas”. “Tenho medo do coronavírus, mas acredito que pesquisadores e médicos estão estudando para se chegar a uma solução”, disse.

Ainda na orla, o casal Leisiane Silva, 37, artesã, e o tatuador Eliandro Silva, 42, disseram que não vão parar de compartilhar a bomba. “A gente trabalha junto, mora junto”. Entre a nova rotina de cuidados, disseram terem parado de compartilhar com os amigos e suspendido o tereré de graça no estúdio de tatuagem.

“Antes o tereré ficava disponível para o cliente”, finalizou.

Mato Grosso do Sul tem dois casos confirmados, estudante de 23 anos e homem de 31, em Campo Grande, da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Há, ainda, 4 em investigação segundo últimos dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde).

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