Liga rompe acordo de gestão e bloqueia uso de estádio pelo Corumbaense
Clube ignora e busca cumprir prazos para garantir a liberação do Arthur Marinho para o Estadual

A decisão da LEC (Liga de Esportes de Corumbá) de romper o acordo com a prefeitura na gestão compartilhada do Estádio Arthur Marinho, firmado em 2023, coloca em risco a participação do Corumbaense no Campeonato Estadual do próximo ano, que começa em 18 de janeiro. A liga e o clube não têm uma boa relação e a situação se agravou com acusações mútuas sobre a troca do cadeado do portão do estádio, que virou caso de polícia.
RESUMO
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A Liga de Esportes de Corumbá (LEC) rompeu acordo de gestão compartilhada do Estádio Arthur Marinho com a prefeitura local, colocando em risco a participação do Corumbaense no Campeonato Estadual de 2024. O presidente da LEC, Ronaldo Vieira, alega descumprimento do acordo de manutenção por parte da prefeitura. A decisão, considerada unilateral pela administração municipal, gerou conflito que pode chegar à esfera judicial. O Corumbaense mantém-se confiante, alegando que o convênio com a prefeitura continua válido. O mandato do atual presidente da LEC termina em 31 de dezembro, e a eleição para nova diretoria está sob análise judicial.
A suspensão do contrato, pelo qual o município assumiu a administração do estádio por dez anos, por intermédio da Funec (Fundação Municipal de Esportes), também gerou um conflito que deve avançar para o campo jurídico. O presidente da liga, Ronaldo Pereira Vieira, alega que a prefeitura não cumpriu o acordo na manutenção do estádio, referindo-se à gestão do ex-prefeito Marcelo Iunes, enquanto é acusado de tomar uma decisão unilateral.
“Ele não tem legitimidade para tomar a medida, sem ouvir seus clubes filiados e dialogar com a prefeitura, como se fosse o dono do estádio”, aponta a assessoria de gabinete do prefeito Gabriel Alves de Oliveira. A prefeitura alega ainda dificuldades administrativas para fazer algumas intervenções no Arthur Marinho devido às ingerências do presidente da liga. “Até para trocar uma lâmpada tem que pedir autorização para ele”, cita a fonte.
Sem valor jurídico
Reunião realizada na segunda-feira entre o presidente da liga e representantes da prefeitura não avançou um possível entendimento, onde ficou explicita a posição contrária da entidade quanto ao uso do estádio pelo futebol profissional, ainda que a praça de esportes seja a única alternativa do Corumbaense para cumprir exigências de mando de campo no Estadual. “A função principal do estádio é o esporte amador”, disse Ronaldo Vieira ao Campo Grande News.
O dirigente alega que a gestão compartilhada não contempla a cedência do estádio para o clube, mas estaria aberto a um “acordo” desde que o Corumbaense assumisse a manutenção do equipamento durante o campeonato. Para o clube, nada mudou: existe um convênio em vigor com a prefeitura, inclusive para uso das dependências do estádio para alojar os jogadores, e todas as providências estão sendo tomadas para sua liberação para o campeonato.
“Não vamos entrar nessa polêmica”, avisa o presidente do alvinegro, João Luiz Ribeiro (Kiko). “Temos a cedência do estádio, inclusive estamos contribuindo para adequar as instalações para obter os laudos técnico e de segurança, e vamos focar a preparação do time. A decisão do presidente da liga de suspender a gestão com a prefeitura não tem valor jurídico. Não foi uma decisão dos clubes filiados, nem assembleia houve. Estamos tranquilos quanto a isso”, completou.
Para a administração municipal, a ruptura contratual sem embasamento jurídico, tomada exclusivamente pela liga por decisão pessoal do seu presidente, “desestrutura a gestão do estádio Arthur Marinho e interrompe o planejamento esportivo municipal”. E aponta que a medida “concentra poder na liga, que não tem recursos financeiros para manter o estádio e ignora impactos esportivos, sociais e operacionais para a cidade”.
O impasse, no entanto, pode ser resolvido com o fim do mandato de Ronaldo Vieira, que termina em 31 de dezembro, enquanto a eleição da nova diretoria, realizada recentemente, está sub judice por supostas irregularidades.


