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Cidades

Três em cada 10 moradores de favelas em MS vivem em ruas sem acesso à ambulância

Censo 2022 revela desigualdade no acesso a vias adequadas entre áreas formais e periferias urbanas

Por Guilherme Correia | 05/12/2025 09:35
Três em cada 10 moradores de favelas em MS vivem em ruas sem acesso à ambulância
Rua sem asfalto no Jardim Noroeste, em Campo Grande (Foto: Arquivo)

Dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, entre moradores de favelas e comunidades urbanas em Mato Grosso do Sul, 71,5% das pessoas vivem em vias com capacidade para circulação de caminhões, ônibus e veículos de carga.

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A pavimentação precária afeta 28,5% dos moradores de favelas e comunidades urbanas em Mato Grosso do Sul, segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE. O estado é um dos que apresentam maior desigualdade neste indicador, ficando atrás apenas do Amapá, Alagoas e Rio de Janeiro. Em Campo Grande, a situação é similar: 79,9% dos habitantes de favelas têm acesso a vias com capacidade para veículos maiores, enquanto nas demais áreas esse índice chega a 99%. A falta de pavimentação adequada impacta a saúde pública e a mobilidade urbana, dificultando o transporte público e privado.

As demais 28,5%, cerca de três a cada 10 moradores, estão em vias sem essa capacidade. Fora desses locais, o índice é de 98,2% das pessoas em vias com espaço suficiente, uma diferença de 26,7 pontos percentuais.

Em março deste ano, cerca de 40 moradores do Jardim Noroeste, em Campo Grande, realizaram um protesto pacífico na Avenida Ministro João Arinos após a morte de um idoso de 60 anos, que faleceu enquanto aguardava atendimento médico.

A vítima, que havia sofrido uma parada cardíaca, foi socorrida por uma ambulância, mas o veículo atolou em uma rua sem asfalto, o que atrasou o socorro. Revoltados com a situação, os manifestantes deram um ultimato de 15 dias ao poder público para a realização de obras na região, caso contrário, a avenida será interditada por tempo indeterminado.

O Estado figura entre os que apresentam maior desigualdade nesse indicador, atrás apenas de Amapá (-54,6), Alagoas (-43,7) e Rio de Janeiro (-43,2).

Em Campo Grande, o cenário é semelhante: 79,9% dos moradores de favelas vivem em trechos com capacidade para veículos maiores, enquanto nas demais áreas essa proporção chega a 99%.

Três em cada 10 moradores de favelas em MS vivem em ruas sem acesso à ambulância
Moradores do Jardim Noroeste levaran cartazes em protesto na Avenida Min. João Arinos, em março deste ano (Foto: Direto das Ruas)

A falta de pavimentação gera uma série de prejuízos, conforme contextualiza a própria publicação do IBGE. Ela “reduz poeira, lama e barulho, melhorando o ambiente urbano e a saúde pública” e “facilita o fluxo de veículos, reduzindo congestionamentos e melhorando o transporte público e privado”.

Os dados coletados pelo IBGE são resultado de observação direta em campo, sem contato com moradores e consideram a infraestrutura existente independentemente do seu estado de conservação.

A pesquisa faz parte do esforço do instituto para “subsidiar ações e políticas públicas que possam efetivamente transformar as condições de vida das populações das cidades brasileiras”.

O estudo considera pavimentada a via que tem mais de 50% do trecho coberto por asfalto, cimento, paralelepípedos ou calçamento poliédrico.