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Cidades

Não há obrigação, mas uso de máscaras mantém prevenção a doenças respiratórias

Indicação é mais importante para pessoas com maiores riscos de hospitalização

Lucia Morel | 23/04/2022 08:12
Nas ruas, uso de máscara é cada vez menos comum. (Foto: Marcos Maluf)
Nas ruas, uso de máscara é cada vez menos comum. (Foto: Marcos Maluf)

Usar máscaras nos ambientes, sejam internos ou externos, não é mais obrigatório, mas manter a prática pode ser considerado saudável. Se a meta é reduzir o contágio de doenças respiratórias em geral, a manutenção do aparato deve ser mantida, seja as máscaras cirúrgicas ou as mais protetoras, como as N95 (PFF2).

Para o infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Júlio Croda, o uso individual do item, mesmo que a maioria das pessoas o descarte, funciona. “Lógico que funciona, é uma proteção individual e do ponto de vista da saúde pública, é indicado usar principalmente as pessoas com maiores riscos de hospitalizações e óbitos.”

Nesse quadro, encontram-se idosos e pessoas imunossuprimidas, ou com comorbidades. “Se a pessoa é de grupo de risco e vai pra algum lugar com aglomeração, é mais prudente que ela use. Se for usar o transporte público ou passar algumas horas em local com muita gente, é importante se proteger”, avalia.

O médico sustenta que todo tipo de máscara trará alguma proteção, umas mais e outras menos. Estudo do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) identificaram que as máscaras cirúrgicas apresentaram 89% de capacidade de filtragem e as de TNT (tecido não tecido) formado por três camadas filtraram 78% das partículas.

A professora Ângela usando uma máscara cirúrgica. (Foto: Marcos Maluf)
A professora Ângela usando uma máscara cirúrgica. (Foto: Marcos Maluf)

Já máscaras de algodão apresentaram menor retenção de partículas (entre 20% e 60%) porque a trama do tecido deixa mais espaço entre os fios. Se houver costura nessas máscaras, aumenta ainda mais o risco de passagem de partículas que carregam o vírus. Por isso, sua indicação de uso é junto às cirúrgicas.

“A máscara vai proteger de qualquer doença que seja transmitida pelas vias aéreas, seja por vírus ou bactérias, como Influenza ou Tuberculose”, cita Croda, reforçando que “a máscara confere proteção às variantes da gripe e principalmente no período de aumento de doenças respiratórias, no inverno, seria bem interessante usar”.

O especialista comenta ainda que em situações de surto ou epidemia, como a covid-19, é importante reforçar o uso do equipamento. “Usar máscaras é um hábito que pode permanecer e eventualmente adotar com mais efetividade em períodos sazonais, como no inverno”, disse.

Nas ruas – Apesar de a maioria das pessoas ter dispensado o uso da proteção, a professora aposentada Ângela Machado, de 64 anos, só se sente segura para sair na rua usando máscara. “É máscara e álcool. Onde a gente vai, cruza com as pessoas e tem muitas pessoas sem, mas ainda não estou 100% segura”, avalia.

Com 65 anos, a doméstica Ilza Oliveira usa o transporte coletivo todos os dias e segundo ela, “é gente espirrando, tem a questão da gripe também e claro, a covid, que não acabou, porque eu sei que também serve para outras doenças”, afirma.

Já aposentada Irene Amaral tem 68 anos e também não abre mão da máscara. “Já vacinei duas vezes, mas ainda prefiro usar, não custa, né?”, comenta.

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