Nos EUA, presidente Lula lamenta mortes em acidente aéreo no Pantanal
Em nota oficial, presidente destacou legado do arquiteto chinês Kongjian Yu e solidarizou-se com famílias
Em viagem oficial aos Estados Unidos, onde participa da abertura do debate de líderes da Assembleia Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou no final da manhã desta terça-feira (24) uma nota de pesar pelas mortes das quatro vítimas do acidente aéreo ocorrido no Pantanal de Aquidauana, a 141 quilômetros de Campo Grande. O comunicado foi publicado no site oficial do governo federal.
RESUMO
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou pesar pela morte de quatro pessoas em acidente aéreo no Pantanal de Aquidauana, Mato Grosso do Sul. Entre as vítimas estava o renomado arquiteto chinês Kongjian Yu, criador do conceito de "cidades-esponja", além dos documentaristas brasileiros Luiz Fernando Ferraz e Rubens Crispim Jr., e o piloto Marcelo Pereira de Barros. O grupo realizava gravações do documentário "Planeta Esponja" quando a aeronave Cessna 175, fabricada em 1958, caiu na tarde de terça-feira. A aeronave, que tinha registro negado para táxi aéreo, explodiu após perder altitude durante uma possível tentativa de arremetida. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado.
“Foi com tristeza e consternação que recebi a notícia do desastre aéreo ocorrido no Pantanal no início da noite desta terça-feira, 23 de setembro. A tragédia, infelizmente, custou as vidas do piloto Marcelo Pereira de Barros, dos documentaristas Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr. e do arquiteto chinês Kongjian Yu”, diz o texto.
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Na nota, Lula destacou a relevância internacional do arquiteto chinês. “Em tempos de mudança climática, Kongjian Yu se tornou uma referência mundial com as cidades esponja, que unem qualidade de vida e proteção ambiental: algo que queremos – e precisamos – para o futuro”, afirmou. O presidente encerrou a mensagem dirigindo condolências “a todos os amigos, familiares e colegas de trabalho das vítimas”.

Quem eram as vítimas – O piloto Marcelo Pereira de Barros era experiente em voos pelo Pantanal. Os documentaristas Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr. tinham carreiras reconhecidas no audiovisual, com produções exibidas no Brasil e no exterior. O arquiteto Kongjian Yu, doutor por Harvard e professor da Universidade de Pequim, é considerado um dos maiores urbanistas do mundo e criador do conceito de “cidades-esponja”.
Yu e o grupo estavam em Mato Grosso do Sul desde sábado (20) para as gravações do documentário “Planeta Esponja”, ao lado dos dois cineastas brasileiros. A produção mostraria, no próprio Pantanal, como suas ideias para conviver com a água – criando parques e áreas verdes capazes de absorver excesso de chuvas, reduzir enchentes e recarregar aquíferos – poderiam inspirar soluções urbanísticas no Brasil. O grupo retornaria para Campo Grande no dia do acidente.
Alckmin já havia se manifestado – Mais cedo, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, também lamentou o acidente em uma rede social. Ele afirmou que recebeu com tristeza a notícia da queda da aeronave e ressaltou a importância de Kongjian Yu para o urbanismo sustentável, deixando seus sentimentos aos familiares e ao povo chinês.
O acidente – A queda da aeronave Cessna Aircraft 175, prefixo PT-BAN, fabricada em 1958, aconteceu no final da tarde de terça-feira (23) em uma das locações utilizadas para as gravações da novela Pantanal. Segundo informações preliminares, há suspeitas de que o piloto tenha tentado uma arremetida, procedimento em que o pouso é interrompido para que a aeronave suba novamente, mas, pouco depois, o avião perdeu altitude e explodiu ao atingir o solo.
Equipes do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) atuam no local, que é de difícil acesso. Em consulta à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), consta que a aeronave tinha registro de operação negado para serviço de táxi aéreo. A mesma já havia sido alvo da Operação Ícaro, em 2019, que investigava táxi aéreo clandestino. Pilotos ouvidos pelo Campo Grande News explicam que, mesmo em voos panorâmicos, é preciso plano de voo e autorização do DECEA para trajetos em baixa altitude.
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