Arquiteto fazia reconhecimento de área para registrar filtro natural do Pantanal
Kongjian seria personagem central do documentário Planeta Esponja.

Chamado de criador das “cidades-esponja”, o arquiteto chinês Kongjian Yu que morreu acidente aéreo em Mato Grosso do Sul viajou ao Pantanal para estudar como o bioma funciona como filtro natural da água e também ser personagem central do documentário Planeta Esponja.
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O arquiteto chinês Kongjian Yu, conhecido por seu conceito de "cidades-esponja", faleceu em um acidente aéreo em Mato Grosso do Sul. Yu estava no Brasil para estudar o Pantanal e sua capacidade de atuar como um filtro natural para a água, buscando compreender o bioma como uma "esponja natural". Ele planejava produzir um estudo e uma reportagem sobre o tema, acompanhado de um cinegrafista, que também faleceu no acidente. A morte de Kongjian Yu representa uma perda significativa para a arquitetura e o urbanismo sustentáveis. Considerado um dos maiores especialistas em mudanças climáticas e seus impactos, Yu era reconhecido por sua visão inovadora sobre a integração das cidades com a natureza. Seu trabalho era fundamental para entender como ecossistemas, como o Pantanal, respondem a eventos climáticos extremos, como as recentes enchentes no Rio Grande do Sul.
O arquiteto e conselheiro federal do CAU/MS, Carlos Lucas Mali, contou que esteve com Kongjian Yu em duas ocasiões, a última delas na sexta-feira após uma conferência internacional em Brasília. “Estive com ele na sexta-feira à noite e ele me disse que no dia seguinte iria ao Pantanal, acompanhado de um cinegrafista, para fazer um reconhecimento de área. Para ele, o Pantanal também é uma ‘esponja natural’ e a ideia era produzir um estudo e uma reportagem sobre isso”, disse.
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Segundo o conselheiro, a expectativa era de que o arquiteto retornasse a Campo Grande nesta segunda-feira para dar continuidade às conversas. “Infelizmente não houve tempo. Ele morreu junto com o cinegrafista, e ainda não sabemos se captaram algum materia e se estava no avião”, afirmou.
Para Carlos, a perda é irreparável. “Hoje, em termos de estudos de impacto para as mudanças climáticas, ele era o arquiteto com maior conhecimento no mundo. Além disso, era uma pessoa extremamente simples, simpática e generosa, com uma visão fantástica sobre o tema. O trabalho dele era fundamental para compreender como ecossistemas, como o Pantanal, podem se comportar diante dos extremos climáticos que estamos vivendo, como as enchentes no Rio Grande do Sul”, destacou.

Também morreram no acidente os documentaristas Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr., que seriam os responsáveis pelas filmagens sobre o trabalho do arquiteto.
A obra era uma produção da Olé Produções, empresa da qual Luiz Ferraz era sócio. A proposta era acompanhar, em campo, como o conceito de cidades esponja pode reduzir enchentes, melhorar a qualidade da água e trazer áreas verdes de volta às cidades. A ideia central era mostrar caminhos práticos, não apenas o problema.
Em março de 2025, em entrevista ao portal Hola Fujian durante um festival de documentário na China, Luiz Ferraz explicou o tom do projeto. Segundo ele, não seria um filme sobre o fim do mundo. A proposta era apresentar soluções.
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