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Novo critério de diagnótisco pode provocar explosão dos casos de covid-19 em MS

Ministério da Saúde ampliou formas de identificação da doença e pouco mais de um mês após mudanças, equipes se ajustaram à prática

Lucia Morel | 09/09/2020 18:53
Novo critério de diagnótisco pode provocar explosão dos casos de covid-19 em MS
Teste de sangue ou molecular não são as únicas formas de diagnosticar a covid-19. (Foto: Kísie Anoiã/Arquivo)

As novas normativas do Ministério da Saúde para diagnóstico de covid-19 em vigor desde o começo de agosto, Mato Grosso do Sul vão provocar  “explosão” do número de casos da doença. O chamado diagnóstico clínico está sendo aplicado pelas equipes médicas, mas o impacto na estatística é previsto a partir de agora, pouco mais de uma mês depois de os profissionais terem se adaptado a esse tipo de avaliação dos pacientes.

Antes, só se considerava um caso positivo com teste específico para detectar a presença do novo coronavírus. Agora, sintomas e outros exames, como tomografia e raio-x, também passam as er considerados para a confirmação de contágio.

A secretária-adjunta de Saúde, Christine Maymone, explica que será sentido aumento de casos principalmente em Campo Grande. É que na Capita, devido à já grande quantidade de confirmações de infectados, as equipes estão mais habituadas aos sintomas e reações da doença.

“Vai ter aumento de casos em Campo Grande, porque sempre haverão números ainda não consolidados, mas isso é um processo normal”, afirma Christine. Segundo ela, com ampliação da forma de diagnóstico, a covid-19 segue o que já ocorre com outras doenças, como a dengue, por exemplo, em que não apenas os exames de sangue revelam e confirmam se uma pessoa teve ou não a doença.

“A partir do momento que o governo Federal ampliou os critérios para as confirmações de casos de covid-19, foram emitidas orientações a todos os municípios, bem como nota técnica”, informou a SES (Secretaria de Estado de Saúde).

Tais critérios são: o clínico, que pode ser identificado com a simples observação médica, caso o paciente apresente sintomas compatíveis;  o clínico epidemiológico, que é quando a pessoa tem, além dos sintomas, histórico de contato próximo com caso confirmado; o clínico por imagem, em que exames de tomografia ou raio-x indiquem quadro compatível com covid e por fim, os testes moleculares e sorológicos, que eram as únicas formas de diagnóstico até então.

A infectologista Mariana Croda, do COE (Comitê de Operações de Emergência) da SES explica, no entanto, que mesmo que o critério clínico esteja sendo adotado, Mato Grosso do Sul ainda realiza os testes de detecção, principalmente em pacientes que porventura tenham vindo a óbito.

“Tanto nos municípios como nos hospitais já têm seguido isso e mesmo nos casos em que uma atestado de óbito tenha saído como sendo de covid, é preciso colocar isso para poder haver uma investigação do caso. É superestimado? É! Mas é preciso isso para poder colher o exame e depois descartar ou não o caso como sendo covid”.

Para Christine Maymone, algum alvoroço sobre o tema ocorre porque o novo coronavírus é uma doença nova, ainda desconhecida e cuja “história natural” todos estão vivendo pela primeira vez. “Isso é um processo comum na vigilância epidemiológica de várias doenças”, afirma.

Erro - Tanto Maymone quanto Croda falaram ainda sobre caso ocorrido hoje, em que boletim oficial de covid-19 foi publicado com cinco mil casos a mais do que registrado oficialmente. “Em seguida retiramos do ar”, disse a secretária adjunta.

A infectologista afirmou que existe, diariamente, um “refinamento” dos dados, tanto que no último domingo, Campo Grande retirou 50 casos confirmados da contagem oficial, após analisá-los e todos os dias, demais municípios incluem ou retiram da contagem oficial alguns casos. “São ajustes de dados”, sustentou Maymone.

Em nota, a Secretaria informou que devido ao erro, “reorientamos as equipes, sanamos duvidas e informamos que são necessárias correções de inconsistências identificadas”. Conforme a pasta informou em nota, os equívocos estavam relacionados a “casos encerrados como confirmados laboratorialmente  que tem resultado negativo, bem como checagem clinica dos casos encerrados, entre outros.”

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