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Cidades

Polícia busca facções que usavam até criança para lavar dinheiro do tráfico

Operação contra esquema cumpre mandados no RS, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pará

Geisy Garnes e Cristiano Arruda | 20/07/2021 07:55
Polícia Civil do Rio Grande do Sul cumpre mandado de busca e apreensão nesta manhã (Foto: Divulgação)
Polícia Civil do Rio Grande do Sul cumpre mandado de busca e apreensão nesta manhã (Foto: Divulgação)

Organização criminosa movimentava milhões de reais mensalmente com tráfico de drogas e distribuía os valores em contas de laranjas por pelo menos seis estados brasileiros, entre eles Mato Grosso do Sul. Um dos laranjas identificado na investigação tinha apenas 7 anos de idade. O esquema é alvo de operação da polícia do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (20), com apoio da polícia sul-mato-grossense.

Desde as primeiras horas do dia, policiais civis cumprem mandados de prisão e busca e apreensão contra alvos da Operação Irmandade. Em Mato Grosso do Sul equipes do Garras (Delegacia Especializada em Repressão à Roubos, Assaltos e Sequestro) participam da ação e estão em endereços de Campo Grande e Ponta Porã.

Na Capital, policiais da especializada estiveram na Vila Nhanhá para cumprir busca e apreensão, o endereço e o nome do alvo não foram divulgados.

Equipes do Garras cumpriram mandados de busca e apreensão em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Equipes do Garras cumpriram mandados de busca e apreensão em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Sul, a operação de hoje é resultado de dois anos de investigação. Os alvos pertencem a duas organizações criminosas: o PCC (Primeiro Comando da Capital) e uma facção com base no Vale dos Sinos.

Juntas, as facções comandavam a distribuição de drogas para várias cidades do País e depois diluíam o lucro em diversas contas de pessoas físicas e jurídicas.

Para despistar a polícia, as contas eram mantidas por pouco tempo e os valores eram repassados em pequenas quantias. Por conta disso, a movimentação era frequente e envolvia várias pessoas.

Além disso, os investigados abriam várias empresas de fachada para justificar a vida de luxo que levavam. Eles ostentavam veículos e dinheiro em espécie, tudo adquirido em nome de laranjas.

Para dificultar as investigações, ficavam com os veículos por pouco tempo, o que ocasionava uma troca constante de automóveis. Com isso movimentavam milhões de reais em espécie e abriam e fechavam contas constantemente.

Mesmo assim, a Polícia Civil conseguiu identificar e indisponibilizar 21 carros e dois imóveis em Novo Hamburgo, avaliados em cerca de R$ 3,5 milhões. Contas em bancos, ativos em bolsa de valores e criptomoedas foram bloqueados. O esquema incluía ainda o envio de dinheiro para Paraguaio, Bolívia e Colômbia através de doleiros: um deles já investigado pela operação Lava-Jato.

Ao todo são cumpridos 72 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva, além de bloqueio/indisponibilidade de ativos financeiros, veículos e imóveis, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pará.

Alvos - Ainda conforme a polícia, o esquema era liderado por um gaúcho que hoje está preso na PASC (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas) e por um baiano detido em flagrante em operação que apreendeu aviões e mais de 500 kg de cocaína no norte do País.

O líder gaúcho foi preso em São Paulo, em decorrência de investigação no Estado de Minas Gerais por tráfico em 2020. Por conta disso, outro integrante da quadrilha assumiu o gerenciamento do esquema. Ele é alvo de prisão preventiva nesta manhã e mora em Florianópolis/SC.

Já o líder da facção paulista envolvido no esquema citado recentemente pela imprensa francesa sobre as drogas que entram na Europa.

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