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Cidades

Presos de MS trabalhavam em "franquia" da droga que faturou 18 milhões em 2 anos

Quadrilha

Silvia Frias | 05/02/2021 16:46
Alvo da Operação Parasita é preso em Mato Grosso (Foto/Divulgação: PF MT)
Alvo da Operação Parasita é preso em Mato Grosso (Foto/Divulgação: PF MT)

A ação de grupo criminoso liderado por integrante do Comando Vermelho em Mato Grosso, tinha participação de presidiários de Mato Grosso do Sul, segundo apurou investigação da Ficco/MT (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso).

Hoje, a polícia desencadeou a Operação Parasita para desarticular a quadrilha, que movimentou cerca de R$ 18 milhões entre os anos de 2018 a 2020 e vingou graças a um esquema muito parecido com "franquia", segundo a investigação,  organizando a logística de fornecimento de entorpecentes a integrantes de outras organizações atuantes na região nordeste do Brasil.

A quadrilha era comandada de dentro da PCE (Penitenciária Central) de Cuiabá por Luciano Mariano da Silva, o “Marreta”, integrante do Comando Vermelho, que montou esquema paralelo para obter lucros de forma isolada da outra facção, forçando "clientes" a comprar só dele.

A operação foi comandada pela Ficco, integrada por polícias Federal, Civil, Militar e Rodoviária Federal de MT. Ao todo, foram cumpridos 21 mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão em MT, MS, PB e PE, expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá. A Justiça determinou, ainda, o bloqueio de R$ 12 milhões das contas dos investigados, além do sequestro de diversos imóveis e veículos.

Em Mato Grosso do Sul, os mandados de prisão preventiva foram cumpridos em presídios de Amambai e Campo Grande. A PF de Mato Grosso não divulgou em quais estabelecimentos os investigados estavam. Dos 21 mandados, oito eram de internos de presídio dos quatro estados.

Policiais durante Operação Parasita (Foto/Divulgação: PF MT)
Policiais durante Operação Parasita (Foto/Divulgação: PF MT)

“Marreta” controlava o tráfico de droga em várias cidades de MT e qualquer traficante que pretendesse comercializar entorpecentes deveria ser previamente autorizado pelos líderes, sendo obrigado a adquirir a droga diretamente do grupo.

Segundo informações da PJC (Polícia Judiciária Civil) de Mato Grosso, os integrantes tinham funções bem definidas entre os membros, com atividades de arrecadação, cobrança, controle das entradas e saídas e investimento, em organização semelhante a já existe nas facções em atuação no País. De Pernambuco, por exemplo, um dos integrantes era responsável pelo controle contábil e investimentos.

Imóveis foram adquiridos no interior de Mato Grosso, assim como lojas abertas, principalmente, de vendas de roupas para lavar o dinheiro da organização. No levantamento das informações sobre a atuação da quadrilha, a força-tarefa constatou que havia empresa que existia apenas no papel.

 As transferências realizadas pelos criminosos eram realizadas utilizando a técnica

"Marreta", no detalhe, líder do grupo, está preso em Cuiabá (Foto/Reprodução: MidiaNews)
"Marreta", no detalhe, líder do grupo, está preso em Cuiabá (Foto/Reprodução: MidiaNews)

conhecida como 'smurfing', que consiste no fracionamento do dinheiro em pequenas quantias para não chamar a atenção e escapar do controle administrativo das instituições financeiras. Nenhum dos investigados tinha rendimentos lícitos conhecidos que possam justificar os altos valores movimentados, sendo que alguns deles, inclusive, recebiam benefício assistencial do governo.

Sem ostentar - Ele [Marreta] sempre foi muito criterioso em não utilizar nada que chamasse muita atenção para evitar que acontecesse o que aconteceu dessa vez”, pontuou o delegado Frederico Murta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil.

Marreta acumula 93 anos de condenação pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Em novembro de 2019, ele confessou ter matado o companheiro de cela, Paulo César dos Santos, o “Petróleo”. (Com informações do site MidiaNews).

Coletiva da Ficco/MT sobre o esquema comandado por integrante do CV (Foto/PJC)
Coletiva da Ficco/MT sobre o esquema comandado por integrante do CV (Foto/PJC)


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