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Cidades

Responsável pelo Templo de Salomão, Construcap vence leilão do Hospital Regional

Com deságio de 22%, vencedora ofertou R$ 15,9 milhões; concorrentes apresentaram R$ 17,5 e R$ 19,1 milhões

Por Ângela Kempfer e Guilherme Correia, de São Paulo | 04/12/2025 13:50
Responsável pelo Templo de Salomão, Construcap vence leilão do Hospital Regional
Representantes da Construcap durante batida de martelo no leilão (Foto: Guilherme Correia)

Cinco propostas foram apresentadas nesta quinta-feira (4) por consórcios interessados em assumir a gestão dos serviços não assistenciais do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), em um processo cujo critério de julgamento foi a menor contraprestação pública máxima. Após a análise das propostas e sem que houvesse lances na rodada competitiva, a Construcap CCPS Engenharia e Comércio foi declarada vencedora, ao apresentar o menor valor: R$ 15.909.279,00, o que representa um deságio de 22% em relação ao valor de referência.

RESUMO

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O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul recebeu cinco propostas de consórcios interessados em assumir a gestão dos serviços não assistenciais, em leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo. A Parceria Público-Privada (PPP) prevê investimentos de R$ 5,6 bilhões ao longo de 30 anos, incluindo construção de novos blocos e ampliação de leitos. Inaugurado em 1997, o hospital enfrenta atualmente problemas de superlotação e infraestrutura precária. A nova gestão ficará responsável por setores como recepção, vigilância e manutenção predial, enquanto a parte assistencial permanecerá sob controle do Estado, mantendo o atendimento gratuito pelo SUS.

A empresa já fez grandes obras como a construção de 72 mil metros quadrados do Templo de Salomão, sede da Universal do Reino de Deus e um dos maiores espaços religiosos do Brasil. Também ganhou projetos no hospitais como no São José Beneficência Portuguesa, em São Paulo e no Hospital Estadual Dr. Jaime Santos Neves, no Espírito Santo.

Também participaram da fase final do Leilão a OPY Healthcare Gestão de Ativos e Investimentos, que ofertou R$ 17.550.000,00 (deságio de 13,96%), e o Consórcio Zhem MS, com proposta de R$ 19.111.531,42 (deságio de 6,30%).

Responsável pelo Templo de Salomão, Construcap vence leilão do Hospital Regional
Empresa construiu o Templo dre Salomão em São Paulo

As duas propostas que ficaram abaixo do corte para classificação, estabelecido em R$ 17.500.206,90, não avançaram para a segunda fase da disputa. O Consórcio Saúde MS, representado pela Necton Investimentos, apresentou oferta de R$ 19.784.616,30, com deságio de 3%, enquanto o Consórcio Sonda Saúde MS, participante Planner, ofertou R$ 20.390.000,00, praticamente sem deságio (–0,03%). Ambas ficaram acima do valor de corte e, por isso, foram eliminadas da etapa seguinte do processo.

Com a definição do vencedor, cresce a expectativa por investimentos bilionários e melhorias estruturais no hospital. A PPP (Parceria Público-Privada) prevê R$ 5,6 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos, incluindo a construção de novos blocos, reforma da estrutura já existente e ampliação do número de leitos. A prioridade será ampliar áreas críticas como a UTI Neonatal e a UIM (Unidade de Isolamento Materno). O projeto também inclui melhorias nas condições de trabalho dos profissionais de saúde e garante a manutenção do atendimento gratuito pelo SUS.

Responsável pelo Templo de Salomão, Construcap vence leilão do Hospital Regional
Projeto para o novo HR depois de parceira fechada

28 anos de operações

O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, inaugurado em 1997, atravessa uma fase crítica de sua longa história, com desafios recorrentes de superlotação, problemas de infraestrutura e a carência de manutenção adequada.

O leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo pode representar o ponto de virada para a unidade hospitalar, com a proposta de uma parceria público-privada que busca garantir uma gestão mais eficiente e a melhoria dos serviços não assistenciais.

A proposta envolve um investimento significativo de R$ 5,6 bilhões ao longo de 30 anos, podendo transformar a realidade do hospital, que já foi um marco da saúde pública.

Criado pela Lei Ordinária Estadual nº 1719 em 1996, o Hospital Regional Rosa Pedrossian foi projetado para ser o maior hospital público de Mato Grosso do Sul. A construção começou em 1993, com inauguração em 1997. Desde sua abertura, o hospital se tornou essencial para o atendimento de emergência e tratamentos complexos.

Responsável pelo Templo de Salomão, Construcap vence leilão do Hospital Regional
Superlotação em áreas como de quimioterapia é um dos problamas detectado ao longo dos anos

Ao longo dos anos, o hospital foi palco de importantes marcos, como a realização da primeira cirurgia neonatal do estado e importantes reformas.

Apesar de sua importância, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) tem enfrentado problemas crescentes ao longo dos anos, especialmente relacionados à superlotação e à antiga infraestrutura. Pacientes e acompanhantes frequentemente denunciam condições precárias, como elevadores em mau estado, falta de ventilação adequada e equipamentos de ar-condicionado ineficazes.

A superlotação, que afeta as UTIs e os quartos de internação, tem sido uma constante, piorando as condições de trabalho dos profissionais de saúde e afetando a qualidade do atendimento.

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Em 2024 denúncia foi sobre condições do setor de oncologia do hospital, deteriorado

Além disso, o hospital já se viu alvo de críticas sobre a gestão de recursos, especialmente em relação à manutenção e aquisição de novos equipamentos. Apesar de projetos do governo estadual para realizar reformas e melhorias, os problemas estruturais persistem, e as demandas por mais investimentos aumentam com o tempo.

Recentemente, denúncias de falhas no funcionamento de pontos básicos, como elevadores com problemas e o calor por falta de ar-condicionado em áreas críticas do hospital expuseram as dificuldades diárias enfrentadas por pacientes e servidores.

Com a gestão do HRMS em xeque, o governo do estado lançou a proposta de Parceria Público-Privada para garantir a execução de serviços não assistenciais e a reforma do hospital.

Os investidores devem agora administrar setores como recepção, vigilância, lavanderia, manutenção predial e a ampliação da infraestrutura, sem comprometer a gestão assistencial, que permanecerá sob a responsabilidade do Estado.

O objetivo é aumentar a capacidade de atendimento e melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população. Hoje, com o leilão de PPP (Parceria Público-Privada) na Bolsa de Valores de São Paulo, o governo espera trazer um novo modelo de gestão para o hospital.