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Cidades

Suspeito de matar garagista é preso com granadas de guerra e avião com cocaína

Thiago Gabriel Martins da Silva foi encontrado durante operação contra o tráfico de drogas na Bolívia

Ana Paula Chuva | 21/08/2023 14:03
Thiaguinho no momento em que foi preso por policiais bolivianos (Foto: Reprodução)
Thiaguinho no momento em que foi preso por policiais bolivianos (Foto: Reprodução)

Thiago Gabriel Martins da Silva, o “especialista” ou "Thiaguinho do PCC" (Primeiro Comando da Capital, foi preso no domingo (20), durante uma operação policial na região de Santa Ana de Yacuma, na Bolívia, a 1.711 quilômetros de Mato Grosso do Sul. Ele é suspeito de assassinar o garagista Carlos Reis de Medeiros de Jesus, 52 anos, o "Alma". O crime aconteceu dentro de uma oficina na Avenida Gunter Hans, em Campo Grande.

O suspeito foi encontrado por policiais da Felcn (Força Especial de Combate ao Narcotráfico) com outros dois bolivianos e um avião azul e branco com amostras de cocaína dentro. Thiago usava um colete no momento da prisão com várias granadas de guerra do tipo limão e uma munição M-4, arma de grosso calibre para uso militar.

De acordo com o jornal El Deber, Thiaguinho e os dois bolivianos foram levados para a capital Trinidad, onde as investigações continuam. Durante a operação, um outro avião foi encontrado na região de Beni. A aeronave estava carregada com 406 kg de cocaína prontos para serem trazidos para o Brasil.

Thiaguinho estava com mandado de prisão em aberto pela morte do garagista e deve ser extraditado para o Brasil e trazido para Campo Grande.

Thiaguinho do PCC sendo transferido para a capital Trinidad após prisão (Foto: Reprodução)
Thiaguinho do PCC sendo transferido para a capital Trinidad após prisão (Foto: Reprodução)

Homicídio – Thiaguinho é filho de José Venceslau Alves da Silva, ou "Celau", homem com extensa ficha criminal e que tinha negócios com o garagista. Em um áudio obtido pela polícia, Alma teria revelado ter "despejado bastante dinheiro desse velho na praça", se referindo a Celau, que morreu em 2020.

A partir de então, Thiago Gabriel - que estava preso por homicídio - progrediu para regime aberto e passou a cobrar Alma do valor que por "herança" teria direito. No entanto, não teve retorno. Foi então, conforme apurou a polícia, que Thiago apresentou Vitor Hugo de Oliveira Afonso, o "Primo", para o garagista.

O relacionamento entre eles ficou mais íntimo, tanto que Primo chegou a morar por aproximadamente dois meses na residência de Alma, no Tiradentes, entre setembro e novembro de 2021. Foi então que Primo começou a assessorá-lo nos negócios de compra e venda de veículos, também cobranças de agiotagem.

Para a investigação, a estratégia traçada por Thiago Gabriel visava monitorar a rotina de Alma, com ajuda de Primo, para ter acesso a todos os devedores do agiota e saber para quem o dinheiro de Celau foi emprestado.

Corpo de Carlos Reis nunca foi encontrado e caso ainda é investigado (Foto: Reprodução | Redes Sociais)
Corpo de Carlos Reis nunca foi encontrado e caso ainda é investigado (Foto: Reprodução | Redes Sociais)

Primo cobrava os devedores junto com o garagista. Um deles, Ademilson Cramolish Palombo, o "Alemão", devia alta quantia. Em novembro, durante uma das cobranças, o trio (Alma, Thiago e Vitor) teve uma discussão com Palombo, pois o devedor queria pagar R$ 160 mil, valor bem abaixo do devido. O garagista chegou a relatar nessa época para a esposa que sofreu ameaças de morte de Alemão.

Investigação da DHPP (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios e Proteção à Pessoa) indica que Alma foi assassinado por Thiago Gabriel, que teve ajuda dos funcionários. Na data do desaparecimento, 30 de novembro de 2021, foi atraído para a oficina para tratar de negócios. Por ser comum o tipo de conversa entre eles, Alma não desconfiou.

Ao chegar no comércio, o garagista estacionou a caminhonete S-10 na Avenida Gunter Hans e se dirigiu para o fundo da oficina, como era de costume. No local, estava Thiago, Primo, Rodrigo José Martins da Silva (irmão de Thiago) e outro funcionário. Houve uma discussão, então Alma foi executado com aproximadamente três tiros em "pleno horário comercial".

Depois, o corpo foi esquartejado, com apoio principalmente de Primo, que já teria cometido esse tipo de crime no Acre, sendo "fácil" para ele ocultar o corpo, conforme a investigação. Thiago chamou todos os funcionários, afirmando que "quem abrisse a boca teria o mesmo fim". O local foi lavado por um funcionário e depois o corpo foi levado para um lugar ainda desconhecido em uma caminhonete de cor prata.

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