Anhanduí é manancial com maior índice de poluição
O rio Anhanduí é o curso d'água mais poluído de Campo Grande. A situação foi constatada pelo projeto Córrego Limpo, realizado há um ano pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente). O projeto monitora 96 pontos dos 33 córregos urbanos que cortam a cidade.
O rio Anhanduí está na faixa amarela, que revela índice de qualidade da água regular. O rio nasce na região central da cidade e é tributário do rio Pardo.
De acordo com o secretário, o fato de o rio Anhanduí ser o mais poluído não chega a ser surpresa. "Ele é formado por outros dois córregos, o Segredo e o Prosa". Ele explica que, desta forma, além da água, o rio é o destino final do lixo e de ligações irregulares de esgoto que vem dos córregos.
O Anhanduí também é o curso d'água com entorno mais populoso. "São 136 mil pessoas de acordo com dados do IBGE". A microbacia hidrográfica abrange cerca de 30 bairros da Capital, como o Aero Rancho, Jacy e Parati.
A segunda pior situação é do córrego Imbirussu, que tem menos domicílios e mais indústrias em seu entorno. O secretário salienta que os maiores poluidores são ligações irregulares de esgoto e o lixo que a população insiste em jogar nas ruas. Durante a enxurrada, o lixo é levado para o leito dos córregos.
Com a poluição, os peixes começam a morrer. "Quando teve a mortandade de peixes no Córrego Vendas, muitos nem imaginavam que ainda tivesse peixes lá", afirma Cristaldo.
Após a morte dos peixes, a prefeitura multou moradores e empresas, ao constatar lançamento de esgoto sem tratamento e resíduos. Conforme Cristaldo, o Córrego Limpo é uma proposta a longo prazo.
Hoje, Dia Mundial da Água, o projeto ganhou reforço de dois veículos para localizar ligações irregulares. Uma fumaça azul fará o caminho inverso dos efluentes, ou seja, entrará na ligação que termina no córrego e percorrerá o trajeto até o interior do imóvel que está poluindo a água. A multa para o proprietário do imóvel poluidor vai de R$ 1.300 a R$ 5.200.