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Cidades

Bancos não atendem clientes e filas migram para lotéricas dos bairros

Zana Zaidan | 14/10/2013 18:35
Clientes tentaram escapar da fila nos bancos, mas a dor de cabeça foi a mesma para quem recorreu às lotéricas (Foto: Marcos Ermínio)
Clientes tentaram escapar da fila nos bancos, mas a dor de cabeça foi a mesma para quem recorreu às lotéricas (Foto: Marcos Ermínio)

Não foram só os bancos que ficaram lotados no primeiro dia de atendimento nas agências após a greve dos bancários. Nas agências lotéricas e correspondentes, tanto do Centro como nos bairros, os clientes enfrentaram filas e a dor de cabeça para conseguir pagar contas ou fazer outras transações foi grande. A espera chegou a uma hora em alguns pontos.

Isso aconteceu porque, depois de 23 dias de braços cruzados, os bancários não deram conta de atender a demanda de clientes, mesmo com reforço de funcionários para o atendimento. O motorista Silionário Sampaio, 45 anos, fez uma verdadeira peregrinação pela cidade para conseguir pagar a conta de luz sem enfrentar filas. “Primeiro passei na Caixa Econômica da avenida Bandeirantes, mas estava impossível, a fila dava a volta na quadra. Lembrei da greve e fui procurar uma lotérica, mas parece que estava pior ainda. Passei em seis até chegar aqui”, conta Sampaio, que parou em um correspondente bancário do Banco do Brasil no bairro Coophamat, onde o movimento era menor. “Ainda assim vão ser mais uns 40 minutos de espera, mas, fazer o quê? A conta vence amanhã”, explica.

O mesmo aconteceu com a empresária Madalena da Cruz, 53, que passou na Caixa Econômica da avenida Afonso Pena, em frente ao SESC, e foi parar em uma casa lotérica em frente ao Trevo Imbirussu, perto de onde mora. “A fila só para pegar senha já era grande. Chegou um ponto que eles suspenderam a retirada das senhas e disseram que não iriam atender mais ninguém. Eu e mais uma penca de gente que estava atrás de mim saiu”, conta. “Aqui também estava cheio, foi mais uma meia hora até chegar minha vez”, acrescenta a moradora do bairro Guanandi.

Na lotérica Aero Rancho, na avenida Ernesto Geisel, a espera pelo atendimento passou de uma hora. “Passei na porta do Banco do Brasil e nem tentei entrar. Preferi vir para lotérica, mas já faz quase uma hora que estou na fila e não estou nem perto de ser atendida”, conta a costureira Geni dos Santos, 62.

O motorista Silionário passou por um banco e seis agências até chegar em um ponto mais "tranquilo" onde a espera  foi de 40 minutos (Foto: Marcos Ermínio)
O motorista Silionário passou por um banco e seis agências até chegar em um ponto mais "tranquilo" onde a espera foi de 40 minutos (Foto: Marcos Ermínio)
Geni estava há quase 1 hora na fila, sem previsão para ser atendida (Foto: Marcos Ermínio)
Geni estava há quase 1 hora na fila, sem previsão para ser atendida (Foto: Marcos Ermínio)

Sem horário estendido - O mesmo acordo que definiu o fim da greve, entre bancários e bancos, prevê que o pagamento das horas paradas será reposto com uma hora a mais de trabalho até o dia 15 de dezembro. Não foi imposta na negociação como os trabalhadores cumpririam essa hora extra, que poderia ser revertida na ampliação do horário de atendimento para o cliente.

Em algumas capitais, como Belo Horizonte e Recife, as agências adotaram o horário especial – por aqui, o atendimento foi normal – das 11 às 16 horas. “O Banco do Brasil, da Afonso Pena com a 13, abriu 30 minutos mais cedo, porque a fila já estava grande, mas isso acontece todo mês, nos dias de pico”, explica a presidente do sindicato dos bancários, Iaci Azamor.

Azamor credita o tumulto nos bancos e correspondentes a um conjunto de fatores – o primeiro dia depois da greve, depois do feriado e o período de pagamento de contas, mas estima que, até o final dessa semana, o atendimento volte ao normal.

O temor de muito gente que correu para pagar as contas hoje é porque amanhã é comemorado o Dia do Professor, motivo de feriado em algumas escolas. “Mas o expediente nos bancos é normal”, garante a representante dos bancários.

Na lotérica do trevo Imbirussu, a espera era de pelo menos 40 minutos (Foto: Marcos Ermínio)
Na lotérica do trevo Imbirussu, a espera era de pelo menos 40 minutos (Foto: Marcos Ermínio)
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