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Cidades

Cantinas sustentam PCC e também combustível de presídios

Redação | 16/10/2009 11:36

O comércio nas cantinas dos dois maiores presídios de segurança máxima de Mato Grosso do Sul financiam ações o PCC (Primeiro Comando da Capital) e ao mesmo tempo bancam despesas das próprias penitenciárias.

Um levantamento feito pelo CNJ (Conselho Nacional Justiça) durante o mutirão carcerário, ainda em andamento, aponta que o comércio dentro das instituições financiam crimes da facção criminosa fora das penitenciarias.

Já o sindicato dos agentes penitenciários, e até a direção do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande informam que a arrecadação é o que paga despesas como combustível de veículos oficiais.

Qualquer procedimento que impedisse o livre comércio nas cantinas, poderia levar o sistema ao colapso, tando pela revolta do comando do PCC, como pelo prejuízo para a administração dos presídios.

De acordo com matéria do jornal Estado de S. Paulo, o levantamento do CNJ aponta que no presídio de Dourados, Harry Amorim Costa, os preços praticados pela cantina movimentou no mês de setembro, mais de R$ 53 mil e geraram um lucro de R$ 16.506.

A realidade é confirmada pelo sindicato dos agentes penitenciários do Estado. Para o presidente Fernando Anunciação, as pendências do dia-a-dia dos presídios do Estado dependem quase que exclusivamente do comércio nas cantinas. "Se uma cantina fecha, a unidade penal entra em colapso", afirma.

De acordo com o representante dos agentes, três viaturas, sendo uma ambulância, kombi e uma caminhonete atendem hoje a Máxima, e os três veículos são abastecidos com dinheiro da cantina.

Ele aponta ainda que obras internas, material de escritório e outras despesas também são custeados com o dinheiro de produtos vendidos aos presos.

Já pelo relatório do CNJ, o dinheiro levantado no presídio de Dourados custeia conserto da máquina de raio X, recarga de cartuchos de impressoras, compra de lâmpadas, remédios e até spray de pimenta.

Os produtos vendidos nas "mercearias" das unidades são adquiridos sem licitação e fiscalização do Ministério Público, o que da margem a irregularidade, alerta o CNJ.

Na opinião de Anunciação a aquisição de produtos deveria ser através de licitação. Por conta de centenas de denúncias em relação as cantinas, no ano passado o governo Estadual impôs regras para o comércio interno.

A medida foi adotada depois do pedido de abertura de sindicância feito pela Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul, que já apontava o superfaturamento na venda de produtos.

Em relação ao financionamento da facção criminosa, a direção da Agepen informou desconhecer a situação e disse que ainda não foi notificada sobre essa constatação.

Segundo reportagem, publicada hoje pela Folha de São Paulo, agentes da inteligência da PM descobriram que os produtos vendidos na cantina são mais caros para quem não integra o PCC. Os detentos pagariam até R$ 5 por uma lata de refrigerante.

Só no mês passado, a arrecadação chegou a mais de R$ 16 mil nas cantidas.

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