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Capital

"Choro quando entro na escola", diz professora agredida por mãe de aluno

Guilherme Henri | 01/07/2016 15:32
Agressão foi registrada na segunda-feira, na Escola Estadual João Carlos Flores (Foto: Reprodução)
Agressão foi registrada na segunda-feira, na Escola Estadual João Carlos Flores (Foto: Reprodução)

Ao cruzar os portões da Escola Estadual João Carlos Flores, na Vila Morumbi, a professora Roseany Shirley Mesquita Bezerra, 35 anos, diz que é impossível conter as lágrimas. Ela afirma que irá procurar ajuda psiquiátrica, pois entra em pânico quando o sinal anuncia a saída dos alunos. Resultado do que aconteceu na tarde de terça-feira (29), quando ela foi agredida com socos pela mãe de um aluno, sob acusação de ter chamado um aluno de fedido.

Roseany diz que leciona há 18 anos e, ao relatar detalhes da história, lembra ter sido a primeira vez que passou por algo semelhante. “Na segunda-feira, eu estava orientando os alunos sobre higiene pessoal e, no meio da aula, um aluno disse que não tinha tomado banho para ir à escola. Questionei o motivo e ele me respondeu que não deu tempo, pois estava brincando. Pedi que ele então reservasse um tempo depois das brincadeiras para que tomasse banho. No dia seguinte, depois da aula, a mãe dele veio até mim e já disse que eu tinha chamado o filho dela de fedido. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, fui agredida”. Toda a ação foi filmada.

Nordestina e com dois filhos, a professora afirma que a palavra “fedido” não pertence ao seu vocabulário, se levado em consideração a região de onde veio. “Jamais falaria algo parecido a um aluno. Nunca tive problemas nas escolas em que lecionei, que vão de Mato Grosso do Sul, Nordeste e até no Paraguai nesses 18 anos de carreira”, afirma Roseany.

A professora ainda lembra que repassa aos próprios filhos um ensinamento da própria infância: se forem agredidos, não revidem e se protejam com o braço, pois quando se revida uma agressão, você perde seus direitos. “Foi o que eu fiz”, diz.

O aluno voltou a frequentar a escola na quinta-feira (30). “Ele é um aluno muito calmo e não dá trabalho. Foi um dia comum de aula”, diz Roseany.

Sobre a agressão, além de deixar o caso nas mãos da polícia, a professora afirma que também irá processar a mãe do aluno, identificada como Gislaine dos Santos Quirnef, 33 anos. “Pela agressão e também por danos morais”, completa.

O caso é acompanhado de perto pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) que acionou seu departamento jurídico e deve oferecer assistência à professora agredida, segundo informou a assessoria de comunicação do órgão.

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