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Capital

"Em confronto com Choque, meliante é quem vai", diz tenente-coronel da PM

Novo comandante de Batalhões Especializados vê confrontos com acusados como inevitáveis, quer aproximação com comunidades e prepara Rodoviária e Ambiental para ações com helicóptero

Rafael Ribeiro | 02/03/2017 10:15
"Em confronto com Choque, meliante é quem vai", diz tenente-coronel da PM
Estratégias de auxílio aos batalhões de área da capital continuarão (Foto: Divulgação/PM)
"Em confronto com Choque, meliante é quem vai", diz tenente-coronel da PM
Tenente-coronel João Bosco Costa, o novo comandante dos Batalhões Especializados (Foto: Rafael Ribeiro)

Nove suspeitos de crimes morreram até aqui, neste ano, em confrontos com os batalhões de Choque e Operações Especiais (Bope), conforme apontam as estatísticas. Em entrevista exclusiva ao Campo Grande News, o tenente-coronel João Bosco Macedo da Costa, novo comandante do Comando de Policiamento Especializado, responsável também por tropas de elite da Polícia Militar, nas situações dos casos conhecidos como ‘resistência seguida de morte’ a tendência é que novos casos aconteçam se os duelos se repetirem.

“Evidente que se tome todas as precauções necessárias para se evitar chegar às vias de fato”, disse Bosco. “A partir do momento em que a reação ocorrer, pode ter certeza que a Polícia Militar vai repelir a agressão. Se for com arma de fogo, vai ser da mesma forma. Entre o policial e o meliante, pode ter certeza de que será o bandido que irá embora”, completou.

O tenente-coronel assumiu o posto no fim de fevereiro, após as trocas de comando que levaram o coronel Waldir Ribeiro Acosta ao Comando-Geral da corporação. No CPE, Bosco será o comandante responsável por outros batalhões especiais além do Choque, como Bope (Operações Especiais), Rodoviário, Cavalaria e Ambiental.

“Quando se chega às vias de fato (confronto armado), pode se ter a certeza que se chegou a um ponto onde não tinha mais solução. E graças a Deus nossos policiais são bem treinados para não se ferirem e agirem dentro da legalidade”, apontou o comandante.

Para Bosco, aliado ao pedido inicial do novo comandante-geral quando na sua posse, também em fevereiro, os batalhões especializados pode mudar a sua imagem. Por isso, um dos planos é intensificar ações de policiamento comunitário nos bairros de Campo Grande.

“Os batalhões especializados estão sempre voltados para as questões comunitárias. Não é só porque olham o Choque ou o Bope em ação, muitas vezes com maior intensidade, que a visão desses policiais não seja o de agregar à comunidade”, disse o tenente-coronel.

"Em confronto com Choque, meliante é quem vai", diz tenente-coronel da PM
Após um ano, helicóptero da PM voltará a operar até o fim deste mês: planos de atuações conjuntas (Foto: Marcos Ermínio)

Bosco quer, inclusive, a população atuando conjuntamente. “A sociedade tem que trabalhar junto conosco todo o tempo. Se não tivermos o apoio das pessoas não vamos conseguir desenvolver nosso trabalho. A PM não é onipresente, ela não vai estar sempre no mesmo local. A população sempre tem que nos passar situações pontuais de crime, trabalhar junto”, disse.

Atuação – Sobre a atuação dos batalhões, Bosco é direto ao dizer que não haverão mudanças significativas do que vinha sendo feito. A única novidade será a implementação do GPA (Grupo de Patrulhamento Aéreo) da corporação, que após um ano reativará as rondas por helicóptero da PM.

Segundo o tenente-coronel, Bope e Choque serão as primeiras a desempenhar operações conjuntas com o helicóptero, já neste mês, em Campo Grande.

Entretanto, Rodoviária, Ambiental, Cavalaria e, principalmente, Guarda de Escolta, iniciam treinamentos específicos nas próximas semanas para se adequarem. “Já estamos trabalhando formas de atuação. Esses policiais não têm a real noção da utilização de um agrupamento aéreo e vamos ensiná-los a se portar”, disse Bosco.

O novo comandante dos Batalhões Especializados está na PM há 29 anos. Assim como o coronel Acosta e outros novos comandantes promovidos no último mês, também foi praça, iniciando sua trajetória como sargento, em 1988.

"Nossa polícia é pequena, mas eficaz, boa, capacitada. Nossa conquista aos postos altos mostra à tropa que há reconhecimento se houver dedicação. E nós, como comandantes, somos mais preparados por entendermos as necessidades deles e da população", apontou.

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