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Capital

Travesti confessa que atirou em policial porque achou que iria morrer

Viviane Oliveira e Guilherme Henri | 06/07/2017 12:45
Alexia confessou que matou o policial. Inicialmente, o irmão dela havia assumido os disparos (Foto: André Bittar)
Alexia confessou que matou o policial. Inicialmente, o irmão dela havia assumido os disparos (Foto: André Bittar)

Em depoimento na 1ª Vara do Tribunal do Júri, Alexsandro Gonçalves da Rocha, travesti conhecida como Alexia, confessou que atirou no policial civil Dirceu Rodrigues dos Santos, porque se sentiu ameaçada. O julgamento ocorre desde às 8h desta quinta-feira (6). O crime aconteceu há 3 anos, no dia 22 de abril de 2014, por volta das 22h, na Rua dos Topógrafos, no Jardim Campo Nobre, em Campo Grande. No total, cinco são acusados de participação no assassinato do investigador.

Chorando, a travesti relata que não roubou a corrente de ouro. Diz que Ganhou após fazer programa com o dono da joia. “A gente ficou três dias no Motel. O dinheiro dele acabou. Tive que pagar a conta. Ele deu a corrente como garantia de reembolso, mas depois se arrependeu”.

Além de Alexia são julgados hoje o irmão dela, Alexandre Gonçalves da Rocha; os irmãos Cléber e Renato Ferreira Alves, além de Giovane de Oliveira Andrade. 

Ainda conforma Alexia, o dono da corrente era amigo dos policiais. “Eles não se apresentaram como investigadores. Pensei que fossem ladrões ou bicheiros”, conta a travesti que já está presa há mais de 3 anos. Ela afirma que está arrependida e disparou porque achou que iria morrer.

Alexandre, Alexia, Giovani e os dois irmãos (Foto: André Bittar)
Alexandre, Alexia, Giovani e os dois irmãos (Foto: André Bittar)

Crimes - Alexia e Alexandre respondem por homicídio qualificado por motivo torpe, furto da arma do policial Osmar, lesão corporal e corrupção de menores. Os Irmãos Renato e Cleber, respondem porte ilegal de arma de fogo e receptação. Já Giovani, por receptação de duas armas, ocultação de arma e resistência à prisão.

O caso - Dirceu e Osmar Ferreira investigavam o roubo de uma corrente de ouro, avaliada em R$ 80, quando marcaram encontro com a travesti. Alexia, sem saber que os dois eram policiais, confirmou que estava com a joia e os levou até a casa da avó dela.

Contudo, no momento em que Osmar já estava com a corrente em mãos, foi agredido por Alexandre Gonçalves e ficou desacordado. A travesti, então, pegou a arma do policial, foi até a varanda e atirou em Dirceu que aguardava ao lado de fora da residência. Mesmo ferido, o investigador tentou fugir, mas foi morto com mais dois tiros na cabeça. Inicialmente, Alexandre havia assumido a autoria do crime, mas durante o processo a travesti confessou que atirou e matou o investigador.

Já Giovani, também acusado de participação, nega as acusações. Não receptei e não ocultei nada. Quando fui preso, vários policiais foram em minha casa. Impossível ter resistido a alguma coisa”.

A sentença, de acordo com o juiz Carlos Alberto Garcete, deve sair no fim da tarde. O presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Giancarlo Corrêa Miranda e alguns policiais civis, acompanham o júri.”Dirceu foi vítima do seu próprio trabalho. Espero que a Justiça seja feita”, diz o sindicalista.

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