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Capital

A dias para fim de prazo, usuário enfrenta fila para tirar cartão do SUS

Paula Vitorino | 25/03/2011 15:33
 A dias para fim de prazo, usuário enfrenta fila para tirar cartão do SUS

O cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) será obrigatório para o atendimento na rede pública de saúde de Campo Grande a partir do dia 1º de abril.

E para não correr o risco de ficar sem atendimento, os usuários enfrentam filas, além da falta de atendentes, de informação e de estrutura adequada.

A espera e o tumulto já começam na fila para pegar a senha de atendimento para fazer o cartão do SUS na sede da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), em Campo Grande. O local é o único disponibilizado para o serviço. Nesta manhã, ao menos 50 pessoas esperavam para ser atendidas

A situação foi denunciada ao Campo Grande News pelo SINDINAPI-MS (Sindicato Nacional dos Aposentados Pensionistas e Idosos) e a reportagem esteve no local esta manhã para constatar as denúncias.

O atendimento é iniciado a partir das 6h, e algumas pessoas chegam no local antes do horário na tentiva de serem atendidas primeiro, no entanto muitas chegam a esperar cerca de 2h.

“O local fica lotado na entrada. As grávidas, idosos e portadores de deficiência tem dificuldades de entrar no recinto. Ao passar pela fila, que nem parece fila de tanta gente, os usuários que podem ter o atendimento especial não conseguem visualizar o terminal de informação por que é pequeno e a sala cheia não permite esse acesso”, relata o presidente do sindicato, Jânio Macedo.

O ponto de atendimento tem nove guichês, mas apenas cinco estavam em funcionamento nesta manhã, sendo um exclusivo para atendimentos preferenciais – idosos, grávidas, portadores de deficiência física.

O Sindicato ainda reclama da falta de preparo dos atendentes, que segundo ele, param os serviços para atender ligações de telefones particulares.

“Eles não deveriam atender seus telefones particulares na frente do usuário, isso é uma deselegância e acaba aumentando a demora no atendimento”, constata.

A burocracia com os documentos necessários para fazer o cartão também é um problema para os usuários, que reclamam da falta de informações.

Por falta de comprovante de residência, a dona de casa, Angela Arruda Assis, de 53 anos, acompanha o marido pela terceira vez na tentativa de conseguir fazer o cartão.

“Meu marido não sabia o que tinha que trazer. Não tem ninguém para informar. Para tirar dúvida tem entrar em fila e esperar também. Trouxemos a conta de água, mas não estava no nome dele e querem um documento com o nome dele e endereço. Aí dessa vez conseguimos uma conta e trouxemos, vamos ver se vai dar certo”, explica.

Ela e o marido chegaram a Sesau às 8h, horário que de acordo com a aposentada “já é tarde” para conseguir uma senha. “Perdemos o ônibus. Agora pegamos a senha 78, só”, diz.

Já a família do moto-taxista Carlos Henrique Caffaro, de 29 anos, perdeu a manhã de trabalho para conseguir retirar o cartão do SUS.

“Quem trabalha tem de perder o dia aqui. Chegamos por volta das 6h15 e achamos que íamos ser atendidos logo e sairíamos daqui antes das 8h, mas agora já são 9h e minha prima vai começar a ser atendida ainda”, conta.

Ele veio do município de Ladário para buscar tratamento neurológico especializado na Capital e reclama da falta de estrutura da cidade.

“Só um lugar para atender a gente, poucos atendentes, uma burocracia muito grande”, diz.

Segundo Carlos, o seu primo, que também estava fazendo o cartão hoje, teve de abrir uma conta telefônica no próprio nome para conseguir o comprovante de residência e fazer o cartão. “Não estavam aceitando nada, ele teve que pagar por um telefone que nem usa para ter um comprovante de residência no seu nome”, afirma.

Resposta - De acordo com o titular da Sesau, Leandro Mazina, toda a documentação exigida para fazer o cartão do SUS foi publicada no Diário Oficial e determinada pelo Conselho Municipal de Saúde.

Os documentos exigidos são: RG ou certidão de nascimento/casamento e comprovante de residência no nome do usuário – são aceitos boletos bancários, de lojas e contas de telefone, água e luz.

Ainda de acordo com o secretário, a data limite para exigência do cartão nos atendimentos públicos de saúde – 1º de abril – não será adiada.

Sobre a falta de atendentes e estrutura, Leandro diz que não tem outro local disponível para fazer o serviço neste momento e que todos os guichês não estão em atendimento por falta de funcionários para o serviço.

E no caso do atendimento aos usuários de municípios do interior, ele afirma que “cada cidade tem de cuidar da sua população” e lembra que para receber atendimento na Capital é necessário encaminhamento da secretaria de saúde do município.

“A pessoa não pode pegar um ônibus e vir quando quer procurar atendimento. Ele tem que ser encaminhado pela Secretaria do seu município, e aí a agência reguladora de vagas vai verificar a disponibilidade de atendimento. Nossa obrigação é cuidar só de quem mora em Campo Grande”, ressalta.

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