Acusado de matar idoso que tentou proteger neta de estupro é julgado
Começou por volta das 9 horas desta segunda-feira (17), no Tribunal do Júri de Campo Grande, o julgamento de Paulo Cássio Esmeralda de Oliveira, acusado de matar a facadas Jaime Rodrigues da Costa, 70 anos, no dia 30 de outubro de 2012. De acordo com o processo, a vítima tentava defender a neta de 16 anos de ser estuprada por Paulo.
O júri popular é composto por quatro mulheres e três homens e o juiz Victor Curado Silva Pereira, presidente em substituição da 1ª Vara do Tribunal do Júri, será o responsável pela sentença do acusado. O promotor Veridiano Sukura Rebello Pinho e o assistente Antônio Cairo Frazão farão as acusações contra o réu e os defensores públicos Yuri César Moraes Magalhães e Maritza Brandão defendem Paulo.
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Antes do início do julgamento, parentes de Jaime levaram cartazes com fotos da vítima para pedir Justiça. Um dos filhos do homem, Vagner Rodrigues Costa, 46, afirma que a neta e o pai da menina passam por tratamento psicológico até hoje.
“Ela se sente culpada pela morte do avô. Deus é quem vai julgar, mas na Terra queremos a justiça dos homens”, desabafa.
O julgamento do crime ocorrido no Jardim Itamaracá deve se estender até o período da tarde e testemunhas não foram convocadas pelo juiz. Três testemunhas de acusação fizeram depoimentos em vídeos e os filmes serão apresentados ao júri popular.
No julgamento desta segunda-feira, Paulo responderá por homicídio qualificado por dificultar a defesa da vítima e por Jaime ser idoso.
Ficha suja - De acordo com o assistente de acusação, Antônio Frazão, Paulo cometeu dois crimes em 1997 no estado de São Paulo. Ele foi condenado a 12 anos de prisão por um homicídio e a 5 anos por roubo.
Cerca de 10 anos da pena foram cumpridos no regime fechado de Campo Grande. E Paulo só saiu da cadeia em razão da liberdade condicional, situação em que ele se encontrava quando matou Jaime.
“O réu chegou a conseguir liberdade provisória por este crime, mas o juiz regrediu porque ele estava em condicional. A revolta é que se ele não tivesse cometido outros crimes, estaria solto”, explica o assistente.
O caso - O idoso foi morto depois de evitar que a neta de 16 anos fosse estuprada. O crime aconteceu no bairro Itamaracá, por volta das 22h, do dia 30 de outubro do ano passado. Paulo golpeou Jaime 22 vezes, segundo assistente de acusação, e ele morreu após ser socorrido até a Santa Casa da Capital.
Na época, questionado sobre o ferimento em uma das mãos, ele afirmou que se machucou durante a luta corporal contra o idoso. “Estava me defendendo”, disse.
Outro ponto que chama a atenção no caso é que 30 dias antes de matar Jaime, Paulo foi preso na rodoviária de Anastácio, distante 135 quilômetros da Capital, com uma faca. Segundo o assistente de acusação, a intenção de Paulo era matar a mulher.