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Capital

Acusado de matar idoso que tentou proteger neta de estupro é julgado

Aliny Mary Dias e Viviane Oliveira | 17/03/2014 09:27
Filho de idoso morto pede justiça e quer condenação de Paulo (Foto: Marcos Ermínio)
Filho de idoso morto pede justiça e quer condenação de Paulo (Foto: Marcos Ermínio)

Começou por volta das 9 horas desta segunda-feira (17), no Tribunal do Júri de Campo Grande, o julgamento de Paulo Cássio Esmeralda de Oliveira, acusado de matar a facadas Jaime Rodrigues da Costa, 70 anos, no dia 30 de outubro de 2012. De acordo com o processo, a vítima tentava defender a neta de 16 anos de ser estuprada por Paulo.

O júri popular é composto por quatro mulheres e três homens e o juiz Victor Curado Silva Pereira, presidente em substituição da 1ª Vara do Tribunal do Júri, será o responsável pela sentença do acusado. O promotor Veridiano Sukura Rebello Pinho e o assistente Antônio Cairo Frazão farão as acusações contra o réu e os defensores públicos Yuri César Moraes Magalhães e Maritza Brandão defendem Paulo.

Antes do início do julgamento, parentes de Jaime levaram cartazes com fotos da vítima para pedir Justiça. Um dos filhos do homem, Vagner Rodrigues Costa, 46, afirma que a neta e o pai da menina passam por tratamento psicológico até hoje.

“Ela se sente culpada pela morte do avô. Deus é quem vai julgar, mas na Terra queremos a justiça dos homens”, desabafa.

O julgamento do crime ocorrido no Jardim Itamaracá deve se estender até o período da tarde e testemunhas não foram convocadas pelo juiz. Três testemunhas de acusação fizeram depoimentos em vídeos e os filmes serão apresentados ao júri popular.

No julgamento desta segunda-feira, Paulo responderá por homicídio qualificado por dificultar a defesa da vítima e por Jaime ser idoso.

Ficha suja - De acordo com o assistente de acusação, Antônio Frazão, Paulo cometeu dois crimes em 1997 no estado de São Paulo. Ele foi condenado a 12 anos de prisão por um homicídio e a 5 anos por roubo.

Cerca de 10 anos da pena foram cumpridos no regime fechado de Campo Grande. E Paulo só saiu da cadeia em razão da liberdade condicional, situação em que ele se encontrava quando matou Jaime.

“O réu chegou a conseguir liberdade provisória por este crime, mas o juiz regrediu porque ele estava em condicional. A revolta é que se ele não tivesse cometido outros crimes, estaria solto”, explica o assistente.

O caso - O idoso foi morto depois de evitar que a neta de 16 anos fosse estuprada. O crime aconteceu no bairro Itamaracá, por volta das 22h, do dia 30 de outubro do ano passado. Paulo golpeou Jaime 22 vezes, segundo assistente de acusação, e ele morreu após ser socorrido até a Santa Casa da Capital.

Na época, questionado sobre o ferimento em uma das mãos, ele afirmou que se machucou durante a luta corporal contra o idoso. “Estava me defendendo”, disse.

Outro ponto que chama a atenção no caso é que 30 dias antes de matar Jaime, Paulo foi preso na rodoviária de Anastácio, distante 135 quilômetros da Capital, com uma faca. Segundo o assistente de acusação, a intenção de Paulo era matar a mulher.

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