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Capital

Advogado não tem culpa por mentira de cliente, diz presidente da OAB

Aline dos Santos | 06/06/2012 12:58

Polêmica surgiu após matéria desmontar tese da defesa de jovem que matou no trânsito

"A sociedade confunde o criminoso com o defensor", afirma Leonardo Duarte. (Foto: Pedro Peralta)
"A sociedade confunde o criminoso com o defensor", afirma Leonardo Duarte. (Foto: Pedro Peralta)

Porta-voz do universitário preso por matar um segurança em acidente de trânsito, o advogado Marlon Ricardo Lima Chaves foi parar na berlinda ao sustentar a versão do jovem, de que estava em um churrasco; enquanto comprovante mostra que esteve em um motel.

Para o presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Leonardo Duarte, o advogado não tem culpa se o cliente mente. “Não tem culpa nenhuma. A sociedade confunde o criminoso com o defensor. Principalmente os criminalistas sofrem muito isso”, afirma.

Ele explica que quando o cliente mente, o advogado tem a prerrogativa de renunciar ao caso. A desistência também pode ser feita pelo cliente quando não concordar com a tese da defesa. “Em muitos casos, o pior inimigo do cliente é ele mesmo”, avalia.

Em entrevista ao Campo Grande News, o estudante de Direito, Richard Ildivan Gomide Lima, de 21 anos, comentou a decisão de não fazer o teste do bafômetro. Ele disse que atendeu a uma orientação recebida dos professores da faculdade. A declaração causou polêmica entre os leitores do site.

O presidente da OAB cita que, de fato, nenhuma pessoa precisa criar provas contra si mesmo, prerrogativa que acabou ganhando o conhecimento público após a criação da Lei Seca, que pune com multa e até prisão quem for flagrado dirigindo bêbado. “Porém, a recusa pode ser usada como indicio de embriaguez”, diz.

Indeciso – Preso desde a madrugada de 31 de maio, Richard Ildivan Gomide Lima disse, em entrevista ao Campo Grande News, que esteve num motel com um amigo e uma garota de programa. A confissão veio à tona depois de a prostituta ter registrado, na mesma madrugada, um Boletim de Ocorrência denunciando que a dupla tentou furtar dinheiro de sua bolsa.

Ela discutiu e Richard teria mostrado uma arma de fogo. No registro policial, consta que o universitário a ameaçou e também atirou, danificando a parede do quarto.

No dia seguinte, à entrevista, por meio do advogado, Richard mudou a versão e voltou a afirma que estava em um churrasco na noite que antecedeu o acidente. Contudo, há um comprovante do pagamento feito por Richard no motel. O recibo do estabelecimento mostra que no apartamento foram consumidos cerveja e champanhe.

Morte– O acidente foi na avenida Afonso Pena, em frente ao shopping Campo Grande. O motociclista Davi Del Valle Antunes, de 31 anos, foi atingido pelo Punto enquanto esperava o sinal abrir.

Ele foi lançado a 38 metros de distância e a moto a 57 metros, conforme constatado pela perícia. O radar mostra que o carro estava a 83 km/h e furou o sinal, que estava vermelho há sete segundos. Davi era segurança e voltava para a casa após o trabalho.

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