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Capital

Alívio para a estiagem, chuva castiga quem mora debaixo de madeira e lona

Anahi Zurutuza e Anahi Gurgel | 19/08/2017 08:43
Rodrigo Pereira olha para o céu e se preocupa com os próximos dias de chuva (Foto: João Paulo Gonçalves)
Rodrigo Pereira olha para o céu e se preocupa com os próximos dias de chuva (Foto: João Paulo Gonçalves)

Depois de quase 2 meses de estiagem, os últimos dias tiveram chuva Campo Grande, um alívio para quem sofre com os efeitos do tempo seco. Mas, a chuva castiga quem vive debaixo de lona, nas moradias improvisadas que se espalham pelos bairros periféricos.

É o caso do pedreiro Rodrigo Pereira de Paulo, 34, que mora com a mulher e o filho, de 2 anos, em barraco na favela do linhão, no Jardim Noroeste – leste de Campo Grande. Ele conta que para ir até o ponto de ônibus, tem de andar cerca de 1 km. “Fica bem complicado quando chove. A gente tem de andar na lama”.

Ele relata ainda que a chuva molha tudo dentro do barraco. “Nem precisa ser chuva forte, mas ainda tenho esperança de ter uma casa”.

A diarista Mariângela Damasio de Souza, 30, mora com dois filhos, de 7 e 11 anos, na mesma comunidade e teve a casa destelhada na tempestade de terça-feira (22). Ela está reconstruindo a moradia com doações. “Estou fazendo aos poucos, com ajuda dos vizinhos. A gente não pode parar, temos de continuar na luta”.

A cozinheira Maria Cristina da Silva, de 49 anos, que mora há um ano e meio do local, reclama das goteiras no barraco. “Molha tudo, mas a gente vai levando”.

Mariângela Damasio durante entrevista, quando contou que teve a casa destelhada (Foto: João Paulo Gonçalves)
Mariângela Damasio durante entrevista, quando contou que teve a casa destelhada (Foto: João Paulo Gonçalves)
Normeide conta que tem trauma de chuva; casal cria quatro filhos na favela do Mário Covas (Foto: João Paulo Gonçalves)
Normeide conta que tem trauma de chuva; casal cria quatro filhos na favela do Mário Covas (Foto: João Paulo Gonçalves)

Mário Covas – Normeide Camargo Alonso, 28 anos, tem trauma de tempestade e diz que a angústia diária de viver num local sem estrutura aumenta nos dias de chuva. Na favela do Mário Covas, ela divide uma casa com o marido e os quatro filhos, de 9, 7 e 2 anos, além do recém-nascido.

“Eu estava gestante ainda quando deu a última chuva, a enxurrada foi muito forte e saiu levando tudo”, conta o motivo do trauma.

A auxiliar de costura está desempregada e tem medo de perder móveis e outros objetos que a família conquistou. “É um medo constante”.

Não bastasse os problemas causados pela chuva, a família teve o “gato de energia” cortado e agora está no escuro.

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