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Capital

Aos 15 anos, ela viveu estupro, ameaça e tem um filho do próprio pai

A menina ficou grávida aos 13 anos e só conseguiu denunciar o suspeito dois anos depois

Geisy Garnes | 30/11/2018 12:15
Suspeito foi preso por policiais da Depca (Foto: Arquivo)
Suspeito foi preso por policiais da Depca (Foto: Arquivo)

Um homem de 48 anos, funcionário de um lava-jato, foi preso pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) nesta sexta-feira (30) por estuprar e engravidar a filha de 15 anos em Campo Grande. A menina ficou grávida aos 13 anos e só conseguiu denunciar o pai dois anos depois.

O caso chegou ao conhecimento da polícia em novembro do ano passado, através de denúncias no Disque 100. Na época, a menina já estava com 14 anos, foi ouvida e negou os estupros. Em depoimento ela confirmou a versão contada pelos pais, que engravidou aos 13 anos de uma relação consensual com um rapaz que conheceu em frente a escola.

No entanto, diferenças entre os depoimentos do pai e da mãe da menina e a raiva com que ela se referia ao suposto pai da filha, chamaram atenção da polícia. “Quando você perguntava o que ela queria que acontecesse com o pai do bebê, ela falava que queria ele preso, falava com raiva”, lembrou a delegada responsável pelo caso, Anne Karine Sanches Trevizan.

Os investigadores da especializada tentaram localizar o suposto pai da criança, e até a casa em que ele morava, mas nunca encontraram. O pai da adolescente chegou a ser convidado a fazer teste de DNA, para confirmar que a bebê não era seu filha, mas se negou.

Um anos depois, uma nova denúncia a Depca fez a menina ser mais uma vez procurada pela polícia. Desta vez o depoimento foi outro. Ela contou que os estupros começaram quando tinha apenas 12 anos, e que aos 13 se viu grávida do próprio pai. Ameaçada, ela não teve coragem de contar sobre os abusos que sofria.

A menina detalhou ainda que morava com a família no bairro Danúbia Azul e que quando o pai ia cometer o crime, mandava a mãe e a irmã mais velha fazerem comprar em um mercado longe de casa. Os abusos continuaram depois que a criança, hoje com dois anos de idade, nasceu, mas com “menor frequência”, segundo a vítima.

Após o novo depoimento a adolescente e a filha foram retiradas do convívio familiar e abrigadas.

Com as provas colhidas, a delegada entrou com o pedido de prisão preventiva em nome do suspeito, que foi decretado pela justiça no fim da tarde de ontem. Nesta manhã, investigadores da especializada prenderam o suspeito em casa.“Ele negou o crime, mas aceitou fazer o teste de DNA na criança. Mas não temos dúvidas de que foi ele o autor dos estupros”, reforçou a delegada.

Ainda conforme a delegada, toda a história contada pela família nos primeiros depoimentos foi inventada pelo suspeito. Também foi comprovado que a mãe da menina não sabia dos estupros e a única da casa que desconfiou da situação, foi a irmã mais velha da vítima. “Ela desconfiou e inclusive incentivou a irmã a contar o que acontecia”.

Em períodos de férias, a delegada lembra que toda atenção deve ser voltada para as crianças. “Se você desconfiar de abusos denuncie no Disque 100, incentiva a pessoa a procurar a delegacia. Se não os abusos não acabam nunca. Proteger as crianças é nosso dever”.

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