Apagão na capital causa falhas na sinalização e espalha caos no trânsito
Motoristas enfrentam lentidão e desordem em vias centrais após temporal com ventos de até 78 km/h
RESUMO
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Um vendaval com rajadas de até 78 km/h atingiu Campo Grande nesta quarta-feira (5), causando apagões em diversos bairros e afetando a sinalização semafórica em importantes cruzamentos da cidade. O temporal de curta duração provocou a queda de árvores e destelhamento de imóveis. A falta de energia afetou mais de 20 bairros, incluindo Vivendas do Parque, Centro e Jardim dos Estados. Os índices pluviométricos variaram entre 17,2 mm e 34,2 mm na capital. Equipes da Agetran e Energisa trabalham para restabelecer os serviços, priorizando pontos com nobreaks para evitar o colapso total da sinalização.
Vendaval com rajadas de até 78 km/h atingiu Campo Grande no fim da manhã desta quarta-feira (5), derrubando árvores, destelhando imóveis e provocando apagões em vários bairros e cruzamentos da cidade. O temporal, de curta duração, mas alta intensidade, interrompeu o fornecimento de energia em diversos pontos e afetou diretamente o funcionamento dos semáforos, causando reflexos no trânsito em áreas de grande fluxo.
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O motorista de aplicativo Denis Souza teve prejuízo com o apagão nos sinais. Ele contou que bateu o carro na Rua Bahia, após outro veículo frear bruscamente. “Estava chovendo, sem luz e com os semáforos parados”, relatou. Segundo Denis, o reparo deve custar cerca de R$ 1,5 mil, fora o exercício de paciência. “Está um caos, desde a Mato Grosso até a Afonso Pena está tudo parado. Na região da Pernambuco, não dá pra andar”, descreveu.
Na Avenida Mato Grosso com a Rua Paulo Machado, os semáforos estão desligados. O cruzamento segue sob a regra informal de preferência “quem chega primeiro passa”, travando a fluidez e gerando transtornos. Motoristas que seguem pela Mato Grosso encontram o fluxo contínuo, enquanto quem cruza pela Paulo Machado aproveita as pausas para avançar. Apesar da falha elétrica, não há registro de acidentes no ponto.

Na Rua Ceará com a Mato Grosso, o trânsito também é lento. Há retenção já na Rua José Gomes Domingues, uma quadra antes do cruzamento. Durante a vistoria da reportagem, uma equipe técnica a serviço da Agetran trabalhava na verificação dos semáforos. Eles informaram que alguns cruzamentos como o da Rua Antônio Maria Coelho operam temporariamente com nobreaks, cuja autonomia é de cerca de quatro horas.
Segundo os técnicos, esse tempo está se esgotando e os equipamentos podem apagar completamente a qualquer momento. Após a Rua Ceará, o trânsito melhora e segue fluindo bem nos dois sentidos, mesmo sem sinalização.
O semáforo da Mato Grosso com a Rua Bahia também está desligado. Situação semelhante foi registrada nos cruzamentos da Rua 25 de Dezembro e da Rua Dr. Arthur Jorge, ambos sem energia. Apesar disso, os motoristas têm conseguido manter o tráfego organizado, sem engarrafamentos severos.
Na Rua José Antônio com a Mato Grosso, a situação é parecida: o equipamento está apagado, mas o trânsito flui dentro da normalidade. Já a partir da José Antônio até a Avenida Afonso Pena, os semáforos voltaram a funcionar, o que ajuda a regular melhor o fluxo nessa parte central da cidade.
A Rua Antônio Maria Coelho apresenta um cenário misto. O cruzamento com a José Antônio funciona normalmente, mas logo depois, até a Rua Bahia, todos os semáforos estão desligados, o que inclui as interseções com a 13 de Maio, Arthur Jorge e 25 de Dezembro. Passando a Bahia, a energia volta a faltar em sequência: os cruzamentos com a Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Goiás e Ceará permanecem sem sinalização.
A lista de cruzamentos com semáforos inoperantes ainda inclui:
- Euclides da Cunha com Rio Grande do Sul
- Maracaju com Arthur Jorge
- Maracaju com 13 de Junho
- Antônio Maria Coelho com 13 de Junho
- Antônio Maria Coelho com Arthur Jorge
No Jardim dos Estados, diversos pontos também estão com semáforos apagados, obrigando motoristas e pedestres a redobrarem a atenção.
Enquanto isso, bairros inteiros estão sem energia elétrica, entre eles: Vivendas do Parque, Santa Fé, Vilas Boas, Monte Castelo, Centro, Vila Nasser, Estrela do Sul, Santa Luzia, Jardim Seminário, Maria Aparecida Pedrossian, Parque dos Poderes, Morumbi, Jardim das Nações, Moreninhas, Rita Vieira, Estrela Park, Oliveira III, Taveirópolis, Jardim dos Estados, Pioneiros e Caiçara.
De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão, as chuvas desta quarta-feira foram intensas e concentradas principalmente na região central e sul do estado. Em Campo Grande, os índices variaram entre 17,2 mm na Vila Santa Luzia, 24,2 mm no Jardim Panamá e 34,2 mm no Carandá Bosque, apenas durante a manhã. No interior, a situação foi ainda mais grave: Dourados registrou 60,2 mm, Bela Vista chegou a 65,2 mm com relatos de inundações, e Ivinhema acumulou 94,6 mm, provocando enchentes e alagamentos.
Equipes da Agetran e da Energisa permanecem em campo desde o início da tarde para restabelecer gradualmente o fornecimento de energia e o funcionamento dos semáforos. Segundo informações preliminares, os pontos com nobreaks devem ser priorizados para evitar o colapso total da sinalização até a estabilização da rede elétrica.
A Agetran orienta os motoristas a reduzir a velocidade e respeitar a preferência nos cruzamentos com sinal apagado, seguindo as normas do Código de Trânsito Brasileiro, que determinam prioridade para quem vem pela direita.
Apesar dos transtornos, não há registros de acidentes graves até o momento. O cenário, no entanto, ainda é de alerta, principalmente em bairros com vias mais movimentadas e cruzamentos sem sinalização, onde o risco de colisões aumenta consideravelmente.


