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Capital

Apesar de 9 BOs e medida protetiva, gerente vive inferno com ex-marido

Aline dos Santos e Francisco Júnior | 27/01/2014 11:20
Mulher mostras muitos papéis e lamenta não ter nenhuma solução. (Foto: Pedro Peralta)
Mulher mostras muitos papéis e lamenta não ter nenhuma solução. (Foto: Pedro Peralta)

Com nove Boletins de Ocorrência e uma medida judicial de proteção nas mãos, uma mulher de 38 anos, que pediu para não ter o nome divulgado, não sabe mais a quem recorrer para se livrar do martírio que vive há dois anos.

Gerente-administrativo de um posto de combustível, ela conta que recebe ameaças toda semana do ex-marido Reginaldo Batista Chaves e denuncia que, ontem à noite, ele investiu uma caminhonete F-1000 contra o portão da casa onde mora, na Vila Imperial, em Campo Grande. “Ele liga no meu trabalho, quando atendo, fala que vai me matar. Já bateu no meu carro. Ameaçou matar nossa filha, matar meu filho”, relata.

Por duas vezes, Reginaldo Chaves foi preso por descumprir a medida protetiva, concedida com base na Lei Maria da Penha. O documento, datado de 9 de abril de 2012, determina que o ex-marido fique a 300 metros da gerente. A primeira prisão foi entre 8 de novembro de 2012 e 8 de fevereiro de 2013. Poucos dias depois, ela relata que sofreu mais ameaças e nova prisão foi decretada em 27 de fevereiro de 2013. Ele ficou preso entre 8 de maio e 26 de junho.

O casamento durou 15 anos. “No começo, ele era tranquilo. Mas depois ficou agressivo, me empurrava. Quando quis separar, passou a me ameaçar. Falava que mataria a nossa filha. Usava isso contra mim”, diz. Ela só tinha autorização de sair de casa para ir ao trabalho. “Um dia, ele chegou bêbado em casa e aproveitei para sair com a minha filha”.

A gerente foi morar com a mãe, mas as ameaças prosseguiram. O primeiro Boletim de Ocorrência por ameaça foi registrado em 2010. Em 2012, foram cinco registros por violência doméstica/desobediência. No ano passado, mais dois boletins por desobediência. O nono e último, por dano, foi registrado na noite de ontem.

Conforme o Boletim de Ocorrência, após forçar o portão da casa as ex-sogra, ele foi para o bairro Guanabara e derrubou uma árvore na rua onde fica localizada a casa da irmã da vítima. A gerente não esconde o temor de que a divulgação na imprensa o torne mais violento, mas diz que não sabe mais o que fazer.

Portão foi forçado com veículo na noite de ontem. (Foto: Pedro Peralta)
Portão foi forçado com veículo na noite de ontem. (Foto: Pedro Peralta)

“Não tenho como seguir com a minha vida. É como se não adiantasse nada. Ele até dá risada”, desabafa, dona de tantos papéis e sem nenhuma solução.

A mãe da vítima demonstra preocupação. “Ele já me disse que vai acabar com a família toda”, diz a senhora de 66 anos. A gerente vai fazer nova denúncia à DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e ao MPE (Ministério Público).

Dormindo – Reginaldo Batista Chaves, 42 anos, disse ao Campo Grande News que estava dormindo na noite de ontem, após ter participado de um churrasco na sua residência, e nega a denúncia. “Nem tenho carro, tenho uma moto. Já fui ameaçado constantemente por ela, levei até tiro”, diz.

Segundo ele, os boletins anteriores foram arquivados. “Isso destruiu minha vida. Meu pai foi até internado”, afirma, ao comentar as duas prisões.

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